Ex-procurador da Lava Jato alerta: investigação sobre corrupção na alta corte pode acabar em nada
Por Daniel Trindade
O ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol lançou dúvidas sobre o futuro das investigações do suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em declarações contundentes feitas em suas redes sociais nesta segunda-feira (4), Dallagnol expressou pessimismo quanto ao desfecho do caso, especialmente em relação aos ministros possivelmente envolvidos.
O caso ganhou notoriedade após a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023. A perícia, inicialmente destinada a investigar o homicídio, revelou indícios de um esquema de corrupção que poderia envolver até mesmo ministros do STJ.
“O mais provável é que esse caso de corrupção no Judiciário seja anulado ou arquivado em relação aos ministros. Porque o Brasil é o país da impunidade. Quanto mais você sobe na escala de poder, menor a chance de ser punido”, afirmou Dallagnol.
Principais pontos levantados pelo ex-procurador:
- Possibilidade de anulação ou arquivamento do caso em relação aos ministros
- Crítica à “impunidade” no sistema judicial brasileiro
- Reconhecimento da ausência de provas robustas contra ministros até o momento
- Menção a indícios preocupantes, incluindo um relatório do Coaf sobre transações financeiras
- Defesa da continuidade das investigações, respeitando a presunção de inocência
Dallagnol argumentou que, apesar da falta de provas concretas até o momento, existem indícios que merecem investigação aprofundada. Ele mencionou um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que indicaria transferências suspeitas envolvendo um ministro do STJ.
O ex-procurador enfatizou a importância de manter a presunção de inocência até o julgamento final, mas criticou a aparente falta de rigor na investigação de pessoas com foro privilegiado.
“Parece muito improvável que existisse um esquema de corrupção amplo no coração do STJ envolvendo a venda de decisões judiciais por cifras milionárias em vários gabinetes […] sem que nenhum ministro do Tribunal soubesse ou participasse disso”, argumentou Dallagnol.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"