
Faltou estudo, sobrou discurso: suplente levou aula em plenário.
por Daniel Trindade
A sessão plenária de quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), foi marcada por um embate político acalorado entre o suplente de deputado estadual Adenilson Rocha (PSDB) e parlamentares experientes como Wilson Santos (PSD) e Júlio Campos (União Brasil). Adenilson, que ocupa temporariamente a cadeira do deputado Paulo Araújo, usou a tribuna para disparar duras críticas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), responsabilizando-o pelo impasse nas obras da Ferrogrão, ferrovia considerada estratégica para o escoamento da produção pela região amazônica.
Em seu discurso, o ex-vereador de Sinop acusou Fávaro de ter abandonado o agronegócio e de privilegiar articulações políticas com o MST, enquanto ignora as demandas do setor produtivo.
“O ministro deveria estar defendendo quem produz, mas prefere conversar com o MST. Ele virou as costas para o agro e não tem competência sequer para marcar uma reunião com o STF para destravar a Ferrogrão”, declarou Adenilson, que ainda chamou o ministro de “incompetente”.
As declarações causaram forte reação no plenário. O deputado Wilson Santos, com longa trajetória na política estadual, rebateu com firmeza. Segundo ele, o suplente demonstra falta de preparo ao simplificar um tema complexo como a construção de uma ferrovia na região amazônica, que envolve entraves ambientais e burocráticos há décadas.
“Nem mesmo o presidente Jair Bolsonaro, com todo apoio do agronegócio, conseguiu avançar com a Ferrogrão. Grandes empresas bancaram o projeto há mais de 15 anos e não conseguiram sequer a primeira licença ambiental. É uma pauta sensível e profunda. Não se resolve com discurso inflamado”, rebateu Wilson.
O parlamentar ainda alertou sobre a postura de Adenilson ao usar a tribuna para ataques e, em seguida, convidar os deputados para um evento no assentamento Santo Antônio da Fartura, marcado para o dia 16 de maio, ligado ao Programa Solo.
“Aqui não é a Câmara de Sinop. Espera-se que o senhor, mesmo suplente, compreenda a responsabilidade de estar nesta Casa. Use a tribuna com equilíbrio, proponha, não ataque”, completou Wilson, em tom crítico.
Já o deputado Júlio Campos saiu em defesa de Fávaro em entrevista à imprensa. Ele afirmou que o ministro é motivo de orgulho para Mato Grosso e classificou como absurda a tentativa de desqualificar seu trabalho.
“Gostaria de ter cinco Carlos Fávaros em Brasília. Ele é técnico, eficiente e tem feito muito pelo nosso Estado”, afirmou.
E disparou:
“É ridículo ver alguém subir na tribuna para atacar um ministro que trabalha sério e com competência.”
O episódio expôs a tensão entre o suplente e parlamentares com trajetória consolidada. Para muitos na Casa, a postura de Adenilson Rocha foi marcada mais pela busca de palco político do que por contribuição ao debate público.
A situação acende o alerta sobre o uso da tribuna por parlamentares em exercício temporário. Embora suplente, Adenilson representa milhares de cidadãos e precisa, segundo seus colegas, adotar uma postura mais compatível com o cargo que ocupa. Em tempos de desgaste da classe política, o eleitor quer menos discursos agressivos e mais propostas que gerem resultado concreto.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"