Muitas vezes chamado de polêmico, Gilberto Cattani chegou aparentemente tranquilo para a nossa entrevista. Ele sabia que o tema principal da conversa seriam os acontecimentos debatidos de forma ampla nas redes sociais: a comparação feita entre a gestação de mulheres e de vacas durante fala do parlamentar na Comissão que debatia o aborto.
Antes de entrarmos no assunto tão sério e que chamou bastante a atenção, Cattani quis falar da importância da mãe, das irmãs, da esposa e da filha na sua vida. Relembrou como foi a mudança da família do Paraná para Mato Grosso. Junto com os pais e com as três irmãs, foi morar na cidade de Sinop, distante cerca de 500 quilômetros de Cuiabá, ainda na década de 70. O pai, Ângelo Cattani era tratorista e passou a vida toda exercendo esse ofício. A mãe, Rosa Cattani, hoje com 75 anos, era quem “comandava” a casa durante a ausência do pai que trabalhava por vários dias fora nas fazendas da região.
De infância humilde, Cattani conta que o primeiro natal da família foi celebrado dentro de um galinheiro. E como todo início de vida, o produtor rural relembra as dificuldades que a família enfrentou, o que incluía a fome: “A fila dos ossinhos pra gente foi uma benção. Eu ia com a minha irmã no açougue pegar o osso. Minha mãe raspava a carne e picava aquela carne com facão pra fazer pastel para as minhas outras duas irmãs venderem na rodoviária para gente ter o que comer. E vi muitas vezes a minha mãe servir aquela sopa de osso pra nós e ela chorar porque só tinha aquilo e as vezes nem isso. Muitas vezes a gente chorava de fome e a minha mãe para fazer a gente parar de chorar, dava um beliscão em cada um e quando a gente parava de chorar acabava o choro e dormíamos. Era assim que ela enganava a fome”.
Cattani destacou, principalmente, a admiração que tem pela mãe: “O papel da minha mãe na formação do meu caráter foi fundamental. Ela conseguiu com as freiras lá em Sinop um terreno que naquela época destocou no braço. Dali pai trocou essa casa por uma chácara em Santa Carmem. E nos mudamos. Aí fomos morar de favor num depósito de café de um amigo do pai e minha mãe comprou umas formas de fazer tubo pra fazer tanque e ela fazia tubo de concreto. Essa vida que a Dona Rosa Cattani teve é um exemplo pra mim”. Gilberto ainda reforça o papel que as irmãs dele tiveram na sua criação: “O caráter de Gilberto Catani foi construído sim pelas mulheres da família”, reforçou ele.
Outra mulher que segundo ele “é de extrema importância em sua vida” é a esposa Sandra. Já são 33 anos de relacionamento, sendo 28 de casados. “Ela significa tudo pra mim. Eu denoto a ela também a questão de a gente poder viver uma vida limpa e de caráter porque ela também me ajuda a ser isso que eu sou. Uma pessoa que pudesse entender que o casamento, a família, a hombridade são valores inegociáveis”.
Da relação nasceram três filhos: Gilberto, Raquel e Felipe. Além de deputado, Cattani é produtor rural e cuida de gado leiteiro, em um assentamento em Nova Mutum, interior do estado. E com a frase “as pessoas não sabem e não conhecem a gente e fazem da gente um ser que não é o que a gente é” ele deu o tom da seriedade do bate-papo que você vai acompanhar na íntegra a seguir.
OPINIÃO MT: O SENHOR ESTÁ SENDO MUITO CRITICADO DEPOIS DE UM VÍDEO SEU QUE VIRALIZOU, ONDE DURANTE SUA FALA NA COMISSÃO QUE TRATA DO ABORTO, FEZ REFERÊNCIA A GESTAÇÃO DE MULHERES E VACAS. ALGUNS TE ACUSARAM DE SER PRECONCEITUOSO COM AS MULHERES..
GILBERTO CATTANI: A história começa quando eu estou na comissão, na frente parlamentar, em defesa da vida e contra o aborto, presidida pelo deputado Cláudio Ferreira, e ali eu fiz uma analogia do que seria uma gravidez. Lá no meu sítio seria uma prenhez de uma vaca. O que eu estava dizendo era o seguinte: quando uma vaca lá no meu sítio está prenha, o que tem na barriga da minha vaca, não é algo que não seja a sua descendência. Não é algo que não seja um bezerro. Ali na barriga da minha vaca tem um bezerro. Foi isso que eu falei. E quando uma mulher está grávida dentro da barriga dela é impossível que não tenha li um ser humano a partir da sua fecundação. Tem ali um ser humano. Foi essa analogia que eu fiz e acredito que isso não ofenda mulher alguma. Uma mulher tem a partir da sua fecundação, um ser humano, e esse ser humano, precisa de proteção, assim como qualquer outro. Ele não pode ser simplesmente descartado e ser chamado de um monte de célula, e até o quarto mês ele pode ser eliminado.
OPINIÃO MT: HÁ AINDA OUTRO VÍDEO EM QUE O SENHOR APARECE FAZENDO PIADA COM A SITUAÇÃO…
GILBERTO CATTANI: A mídia social é benéfica por um lado e maléfica por outro, quando isso foi divulgado, isso foi feito pouco tempo antes do meu aniversário. No dia 20 de maio era meu aniversário e no dia 19 de maio todas as minhas irmãs e minha mãe, sogra e esposa estávamos reunidos na minha casa porque iríamos comemorar meu aniversário de 51 anos. Aí eu cheguei na rodinha de chimarrão onde estavam lendo as mensagens que elas estavam recebendo pelas mídias sociais, onde as pessoas diziam que a minha mãe deveria ser estuprada, que minha mãe era uma vaca e que minhas irmãs tinham que ser mortas e que eu tinha que ser violado e minha esposa também. Isso me deixou muito nervoso. Eu pensei em fazer uma piada disso, aí fizemos, mas não imaginei que estava sendo gravado, mas não postei e não coloquei nas minhas redes e não quis ofender ninguém. Só que esse vídeo vazou. Mas tomamos todas as medidas cabíveis para o caso e fizemos boletim de ocorrência. O que me deixa triste é que as pessoas sabem que não foi minha intenção, mas mesmo assim usam para tentar destruir a nossa imagem.
OPINIÃO MT: CATANI VOCÊ TEM PRECONCEITO CONTRA AS MULHERES?
GILBERTO CATANI: Eu vim de uma. Sou o único filho homem de uma família de quatro irmãos. Sou casado com uma mulher magnífica que tem também uma irmã. Eu jamais tive e nunca terei preconceito nenhum com nenhuma mulher.
OPINIÃO MT: DIANTE DO SEU COMENTÁRIO DURANTE A COMISSÃO, HOUVE PROTESTO DE MULHERES E A OAB DE MATO GROSSO RECEBEU DENÚNCIA POR POSSÍVEL DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO. AGORA HÁ UM PEDIDO PELO SEU AFASTAMENTO…
GILBERTO CATTANI: Eu não acho justo esse pedido. Acho que foi uma coisa premeditada. Na verdade, o Gilberto Cattani não representa somente a ideia do Gilberto Cattani. Hoje não representamos somente o meu pensamento. Representamos uma ideologia e essa ideologia obviamente tem o seu adversário que é outra ala ideológica que é contrária a todos os valores que nós acreditamos. Então, quando o Gilberto Cattani fala alguma coisa as pessoas estão ali esperando um deslize dele ou mesmo que ele não tenha cometido um deslize, vão fabricar um, buscando alguma coisa para que possam condená-lo e para que possam vir julgá-lo e se possível destruí-lo. Isso é a guerra de narrativa e ideológica que a gente vive. E não existe justiça nisso e se fosse justa, as pessoas teriam vindo falar comigo. O mínimo era deputado: você errou aqui. O que o senhor está fazendo aqui? Se houvesse interesse em proteger mulheres teriam me questionado e pedido explicação pra nós e eu não teria problema em fazer isso em nenhum lugar. O que fizeram foi pegar uma parte da fala e desvirtuar essa fala e colocar coisas que eu não falei e intenções que eu não tive.
OPINIÃO MT: O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MATO GROSSO, EDUARDO BOTELHO, DIANTE DOS APELOS DECIDIU RETIRÁ-LO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER, CIDADANIA E AMPARO À CRIANÇA, AO ADOLESCENTE E AO IDOSO. COMO RECEBEU ESSA DECISÃO?
GILBERTO CATANI: Eu recebi isso com muita surpresa. Eu não tiro a razão do presidente porque eu entendo a pressão que ele sofreu. Ele está sofrendo pressão, mas estamos aqui justamente pra isso pra aguentar pressão. Recebi como uma surpresa gigantesca porque eu acho que no mínimo deviam me avisar e isso ser discutido na comissão, mas eu aceito isso também. Na realidade, eu já tinha tido a intenção de sair diante da repercussão que teve e eu já tinha intenção de ir, e que isso seria ético até desenrolar a situação.
OPINIÃO MT: A DEPUTADA JANAINA RIVA FEZ INCLUSIVE, UMA SOLICITAÇÃO PARA APURAR SE HOUVE QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR DIANTE DE TUDO O QUE ACONTECEU E INTEGRA A COMISSÃO DE ÉTICA QUE VAI APURAR A SUA CONDUTA. O QUE O SENHOR ESPERA DESSA INVESTIGAÇÃO?
GILBERTO CATTANI: Espero isenção de uma investigação como essa. Tenho certeza que a deputada Janaína é uma pessoa que eu aprendi a admirar aqui nessa casa. Antes de chegar aqui tínhamos uma visão de alguns parlamentares e quando você chega e começa a conviver com a pessoa, você tem outra visão, assim como muitos também tinham uma visão de mim e hoje tem uma visão diferente. Tenho certeza que a deputada Janaina Riva é uma pessoa coerente e vai agir com imparcialidade. E uma vez instalada a comissão ela é pra julgar sim.
OPINIÃO MT: O VEREADOR LUIS CLÁUDIO DA CÂMARA DE VEREADORES DE CUIABÁ APRESENTOU PROJETO PARA RETIRAR TÍTULO DE CIDADÃO CUIABANO RECEBIDO PELO SENHOR EM 2021. COMO SE POSICIONA SOBRE ESSA SITUAÇÃO? MERECE PERDER ESTE TÍTULO?
GILBERTO CATTANI: Recebemos um título de cidadão cuiabano da Câmara Municipal da cidade de Cuiabá e ficamos tristes em saber que querem retirar esse título baseado em uma fake news, em uma montagem e uma mentira que construíram em cima do deputado Gilberto Cattani, mas levo em consideração também o povo cuiabano que nos abraçou. Nós tivemos quase 6 mil votos aqui na capital. Um roceiro, um assentado lá de Nova Mutum que vem do interior e a capital nos abraça. Essa honraria que a Câmara nos deu é merecida, mas muito mais merecida é a do povo cuiabano que nos recebeu. Eu sou muito mais honrado pelos votos do povo cuiabano, mas mesmo assim, gostaríamos muito que eles repensassem essa situação para não chegar ao cúmulo de fazer isso. Está na decisão dos vereadores e esperamos que isso não aconteça, mas se acontecer a gente vai se pronunciar mais tarde.
OPINIÃO MT: O SENHOR CRIOU O PROJETO DE PROTEÇÃO AO NASCITURO. O PROJETO PREVÊ QUE QUALQUER TENTATIVA DE CONSUMAÇÃO DO ABORTO SEJA COMUNICADO AO CONSELHO TUTELAR E A DELEGACIA DE POLÍCIA E AO MINISTÉRIO PÚBLICO. QUALQUER PESSOA PODE FAZER ESSA DENÚNCIA O QUE INCLUI PROFISSIONAIS DE SAÚDE. QUAL O OBJETIVO DE UM PROJETO COMO ESSE?
GILBERTO CATTANI: Eu acredito que isso é uma maneira de proteger tanto a criança quanto a mãe. Existem algumas situações como no caso de estupro por exemplo, ou no caso de bebês acéfalos, que está comprovado que ele não tenha cérebro, que pode ser admitido o aborto. Então, quando isso acontece, simplesmente, a legislação prevê que ela vá lá e faça. Nós não podemos legislar sobre essa questão jurídica do fato em si. Isso somente a nível federal. O que estamos legislando nessa proposição é que essas pessoas avisem as autoridades, principalmente, Conselho Tutelar e Ministério Público sejam avisados. Que ela possa comunicar as autoridades para ter a sua devida proteção e as mães e as famílias a terem um acompanhamento desse ato. Em outra situação quando o caso é fora da lei, obviamente isso ajuda muito mais porque, a lei não permite e acaba fazendo em uma clínica pirata ou ilegal. Ali, qualquer pessoa que pode ver esse ato fica sabendo que pode levar essa informação ao MP e agir para que isso seja impedido. Não é que você está legislando onde não deve. Algumas pessoas estão colocando a lei como inconstitucional porque ela está mexendo no direito, mas pelo contrário ela dá o direito daquela mãe para que seja acompanhada.
OPINIÃO MT: MATO GROSSO NO ANO PASSADO REGISTROU AUMENTO DE 11% NOS CASOS DE FEMINICÍDIOS. O SENHOR TEM UM PROJETO QUE AUTORIZA QUE AS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA TENHAM PORTE DE ARMA. DE QUE FORMA ISSO PODE GARANTIR MAIOR SEGURANÇA A ESTA MULHER?
GILBERTO CATTANI: Para você ter o porte de arma você tem que ter real necessidade. Uma mulher com medida protetiva ela já deveria ter isso de pronto porque ela tem necessidade. Na maioria dos casos de feminicídio a pessoa que pratica o ato é próximo da vítima ou é um desafeto dentro da própria casa ou companheiro que não aceita o fim do relacionamento. Essa pessoa tem acesso a casa e os amigos dessa mulher. Ela pode ter o botão do pânico, mas até a polícia ir vai levar um certo tempo e o agressor pode consumar o crime. Se ela tiver o direito, não necessariamente ter a arma, ela pode tentar evitar que ela seja a vítima, a protegendo de uma maneira muito maior.
OPINIÃO MT: AINDA SE FALANDO EM PORTE DE ARMAS, O SENHOR TEM TAMBÉM UM OUTRO PROJETO QUE PERMITE QUE ADVOGADOS E ADVOGADAS POSSAM TER ESSE DIREITO. QUAL A JUSTIFICATIVA PARA ARMAR ESSA CATEGORIA PROFISSIONAL?
GILBERTO CATTANI: A legislação para a aquisição de arma e porte do nosso país é uma das mais rigorosas do mundo e isso é bom. É como se você fosse tirar o CNH, por exemplo, você pode comprar um carro, mas ela só vai poder dirigir o carro se ela tirar o documento. Ela vai passar por uma avaliação psicológica e se ela tem conhecimento e condições de dar segurança para ela e para os outros. Com o armamento é a mesma coisa e isso se refere a qualquer cidadão. Tivemos, inclusive reunião sobre esse assunto e existia um magistrado que falou que para ele usar a arma ele precisou passar por cursos e fazer tudo aquilo que a lei determina que faça. Obviamente, o que estamos fazendo para os advogados e advogadas é que eles possam ter mais segurança, principalmente as advogadas que são consideradas as partes mais frágeis.
OPINIÃO MT: ISSO É SOMENTE QUERER ARMAR A POPULAÇÃO?
GILBERTO CATTANI: O bandido já está armado e de uma forma ilegal e sorrateira vem com tudo para cima da população. O que nós queremos é dar direito as pessoas de se defender, só isso. Queremos que a pessoa tenha o direito de ter a sua defesa pessoal, mas dentro da legislação. Vão ser pessoas que vão ter que ter o próprio autocontrole e conhecimento do que significa uma arma.
OPINIÃO MT: NO ANO PASSADO O MINISTÉRIO PÚBLICO DE MATO GROSSO SOLICITOU QUE O SENHOR FOSSE INVESTIGADO POR COMPARTILHAR IMAGEM CONTENDO PESSOAS PORTANDO ARMA DE FOGO. UMA CRIANÇA TAMBÉM ESTAVA NESSA FOTO. O QUE TEM A DIZER SOBRE ESSA OUTRA POLÊMICA..
GILBERTO CATTANI: Falam que o Cattani é polêmico. Não. É uma guerra ideológica. Eles polemizam isso para ver se conseguem nos prejudicar. A foto que nós tiramos foi na minha propriedade junto com a minha filha, com meu genro e minha esposa. As armas que tínhamos lá são todas armas legalizadas, registradas e dentro da lei e dentro de uma propriedade rural, onde podemos andar em toda circunferência com arma na cintura. Isso a lei nos garante. O meu netinho tem uma arminha de plástico. Ele não estava ali segurando uma carabina ou algo nesse sentido. Quando a gente fala em fake news, as pessoas querem destruir a outra por meio de uma mentira.
OPINIÃO MT: HÁ UM PROJETO SEU QUE TRATA SOBRE O SEXO BIOLÓGICO COMO CRITÉRIO PARA DEFINIÇÃO DE GÊNERO DE ESPORTISTAS EM COMPETIÇÕES EM MATO GROSSO. O OBJETIVO É IMPEDIR QUE PESSOAS TRANS INTEGREM EQUIPES FEMININAS E VICE VERSA. POR QUE O SENHOR DEFENDE ESSE PROJETO? ELE NÃO SERIA UMA FORMA DE DISCRIMINAÇÃO?
GILBERTO CATTANI: Esse projeto não é pra discriminar e sim para proteger as mulheres. O homem nunca vai ser igual estruturalmente a mulher. O nosso físico é diferente e o homem obviamente tem mais estrutura de massa muscular do que a mulher. Isso é genética. Quando a pessoa se torna uma mulher trans não há problema nisso, mas o que não podemos aceitar é que sendo a sua estrutura diferente, vá competir com mulheres, por exemplo no MMA. Elas acabam ganhando todas as competições por conta da sua estrutura. No ciclismo e outros esportes a mulher trans ganha da mulher biológica e isso queremos evitar, para que as mulheres possam competir de igual para igual. Os transgêneros podem sim competir dentro da sua categoria. Basta criar uma categoria para eles. O projeto também não tem intenção de aumentar de forma alguma o preconceito contra as pessoas trans.
Fonte : Redação Opinião MT
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"