
Estratégias de defesa buscam afastar acusações e modificar condições de prisão
Por Daniel Trindade
Nesta terça-feira (17), militares envolvidos em uma suposta tentativa de golpe em 2022 intensificaram seus esforços para evitar uma possível condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Sem uma denúncia formal ainda apresentada, as defesas dos acusados buscam desmantelar as suspeitas de participação na conspiração ou, pelo menos, retirar o caso das mãos do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito. Além disso, estão sendo feitos pedidos para aliviar a situação dos presos, como permitir visitas familiares e assistência religiosa.
Desde o início do ano, Alexandre de Moraes tem adotado uma postura rígida nas decisões, incluindo a prisão recente do general Walter Braga Netto, a primeira de um oficial de sua patente no período, com base em atos de 2023 e 2024. A medida foi questionada por advogados, que alegam que a prisão foi fundamentada em ações antigas. Braga Netto foi acusado de tentar interferir nas investigações após demonstrar interesse na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro, Braga Netto, Cid e 37 outros já foram indiciados pela Polícia Federal por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. O relatório final está agora com a Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresentará denúncia, esperando-se que isso ocorra no próximo ano, quando o STF poderá abrir uma ação penal.
Na segunda-feira (16), o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, sob investigação por suposta tentativa de prender ou executar Moraes, solicitou que seu caso fosse transferido para a Justiça Militar, citando o Código Penal Militar. A defesa argumenta que seu cliente usou conhecimento técnico-militar para planejar ações ilícitas, incluindo o monitoramento de Moraes.
Azevedo, membro das Forças Especiais, negou envolvimento na tentativa de prender ou executar Moraes, afirmando que no dia suposto estava em casa comemorando seu aniversário. Ele explicou que a prática de usar celulares registrados em nome de terceiros é comum para proteger agentes de Estado contra o crime organizado.
Outros militares também têm solicitado ao STF acesso amplo às provas recolhidas pela PF. Em fevereiro, o coronel Marcelo Câmara, acusado de monitorar os movimentos de Moraes, pediu o afastamento do ministro devido a um possível conflito de interesse, mas a solicitação foi rejeitada.
Apesar das tentativas de afastamento, Alexandre de Moraes continua à frente do caso. Recentemente, ele atendeu a alguns pedidos, como a remoção da tornozeleira eletrônica de um dos militares e a permissão para visitas familiares.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"