
“A política se move por interesses, mas a história é escrita pelos que têm coragem de romper com a polarização.”
Por Daniel Trindade
A eleição da nova composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal revelou um movimento inesperado na política brasileira : a formação de alianças que uniram direita, centro e esquerda. Com Hugo Motta (Republicanos-PB) eleito presidente da Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) reassumindo o comando do Senado, os resultados demonstram um cenário de articulação ampla, que pode representar o fim da polarização extrema que marcou os últimos anos no país.
Motta conquistou a presidência da Câmara com expressivo apoio de 444 deputados, sendo impulsionado pelo aval do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e pelo respaldo do governo federal. Sua candidatura contou com o apoio de um amplo espectro partidário, incluindo PL, PT, União Brasil, PP, PSD, Republicanos, MDB e diversas outras siglas. Esse alinhamento inédito entre forças ideologicamente opostas reflete uma movimentação pragmática, que busca garantir estabilidade política e fortalecer a interlocução entre os poderes.
No Senado, Davi Alcolumbre também obteve um consenso raro, sendo eleito com apoio de 10 partidos, que somam 76 parlamentares. A composição da Mesa Diretora reforça essa nova dinâmica, com o PL ficando com a 1ª vice-presidência e o PT com a 2ª vice, consolidando um ambiente de cooperação entre siglas que, há pouco tempo, estavam em lados opostos de uma intensa disputa política.
A escolha de Hugo Motta para presidir a Câmara e de Davi Alcolumbre para comandar o Senado evidencia um novo desenho do tabuleiro político. Longe das narrativas radicais e dos embates ideológicos que dominaram as eleições passadas, as negociações para a formação da nova Mesa Diretora mostram que o pragmatismo voltou a ser prioridade. Os partidos, independentemente de suas diferenças históricas, optaram por garantir influência e poder dentro do Legislativo, deixando de lado as disputas ferrenhas que caracterizaram a polarização nos últimos anos. Como já dizia Ulysses Guimarães, “a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar.”
Esse novo momento político pode indicar uma transição para um ambiente mais moderado, onde o foco passa a ser a governabilidade e a estabilidade institucional. No entanto, ainda há desafios. A formação dessa ampla coalizão levanta questionamentos sobre até que ponto essas alianças serão sustentáveis diante de pautas sensíveis e divergências programáticas entre os partidos envolvidos.
Seja como for, o recado das eleições no Congresso é claro: o Brasil pode estar caminhando para uma nova fase da política nacional, onde as alianças pragmáticas e o diálogo ganham espaço em meio às crises e disputas acirradas que marcaram os últimos anos. Como também pontuou Ulysses Guimarães, “traidor da Constituição é traidor da Pátria.” Assim, resta saber se essa composição será capaz de manter a harmonia ou se as diferenças voltarão a explodir nos próximos embates legislativos.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"