
“Hugo Motta assume a presidência da Câmara com apoio da direita e da esquerda, provando que, na política, alianças valem mais que ideologias.”
por Daniel Trindade
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito neste sábado (1º) presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2025-2027, em uma vitória que simboliza um alinhamento estratégico entre governistas e a oposição. Com apoio de 18 partidos, incluindo PL, PT, União Brasil e PP, Motta obteve 444 votos e derrotou os deputados Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).
A eleição de Motta contou com o respaldo do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consolidando uma aliança ampla que envolve desde a direita bolsonarista até partidos da base governista. A composição de forças reflete um cenário de governabilidade, mas também de negociações complexas, principalmente em relação a pautas polêmicas como a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro e a regulamentação das redes sociais.
O novo presidente da Câmara iniciou sua trajetória política aos 21 anos e se destacou ao longo dos anos como relator de importantes propostas, incluindo o “Orçamento de Guerra” durante a pandemia de Covid-19 e a PEC dos Precatórios. Durante sua campanha, prometeu fortalecer o Legislativo e dar previsibilidade à agenda da Casa, buscando maior alinhamento com o Senado.
O bloco de apoio a Hugo Motta é um dos maiores da história recente da Câmara, somando 494 dos 513 parlamentares, com exceção dos deputados do PSOL, Rede e Novo, que não aderiram ao acordo. A base de apoio inclui os partidos PL (92 deputados), PT (67), União Brasil (59), PP (50), PSD (44), Republicanos (44), MDB (44), PDT (18), PSB (15), Podemos (14), PSDB (13), PCdoB (8), Avante (7), PRD (5), Solidariedade (5), PV (5), Cidadania (4) e Rede Sustentabilidade (1).
A eleição de Motta representa a continuidade da influência de Arthur Lira na Câmara, já que o novo presidente entra no cargo sob a condição de cumprir acordos já estabelecidos, principalmente em relação ao orçamento deste ano, ainda pendente de aprovação no Congresso. No entanto, conforme avançarem as negociações sobre o orçamento de 2026 e outras pautas prioritárias, espera-se que Motta ganhe mais protagonismo e independência política.
Entre os desafios do novo presidente, destacam-se a mediação entre as forças políticas antagônicas que o apoiaram, a condução da agenda legislativa e as negociações com o Palácio do Planalto. Governistas veem em Motta uma oportunidade de estabilizar a relação entre a Câmara e o Executivo, enquanto a oposição espera que ele mantenha a tradição de independência do Legislativo.
A eleição de Hugo Motta demonstra como o equilíbrio de forças no Congresso tem levado a composições cada vez mais pragmáticas, onde interesses políticos e negociações se sobrepõem a ideologias rígidas. A condução do novo presidente será decisiva para definir o ritmo das votações e a estabilidade política nos próximos anos.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"