Exportações de soja à China batem recorde histórico com MT respondendo por 25% do volume

Embarques brasileiros alcançaram 11,14 milhões de toneladas em março, o maior volume mensal já registrado; Mato Grosso enviou 2,81 milhões de toneladas em meio a tensões comerciais entre China e EUA

Por Redação

O Brasil exportou 11,14 milhões de toneladas de soja para a China em março deste ano, estabelecendo um recorde histórico mensal, com Mato Grosso liderando os embarques nacionais. O estado contribuiu com 2,81 milhões de toneladas, o equivalente a 25,2% do total enviado ao país asiático, consolidando-se como peça-chave neste desempenho excepcional.

Este volume sem precedentes representa um aumento de 122,67% em comparação a fevereiro e de 23,97% em relação ao mesmo mês do ano passado, conforme apontou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O salto nas compras chinesas ocorre em um momento estratégico, quando as relações comerciais entre China e Estados Unidos enfrentam crescentes tensões.

Os EUA, principal concorrente do Brasil no mercado global de soja, exportaram apenas 1,80 milhão de toneladas para os chineses no mesmo período, volume que, apesar de representar um aumento de 2,22% em relação a março de 2024, fica muito aquém dos números brasileiros. Esta diferença expressiva se ampliou após a exclusão da China de uma recente suspensão temporária de tarifas comerciais por parte do governo norte-americano.

A valorização do dólar frente ao real tem sido outro fator determinante para o avanço das exportações. Contudo, a instabilidade cambial gera cautela nas negociações de curto prazo, com muitos produtores e compradores preferindo adiar operações no mercado spot enquanto aguardam maior estabilidade nas cotações.

Para abril, os indicadores já apontam para a manutenção do ritmo acelerado. A balança comercial brasileira registra um fluxo médio diário de embarques 110,24 mil toneladas superior ao observado no mesmo período do ano passado, sugerindo que o país continuará liderando o fornecimento de soja para o mercado chinês.

O bom momento também se reflete nas vendas antecipadas. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores brasileiros já negociaram 8,10% da safra 2025/26, que será plantada a partir de setembro. O percentual representa um avanço significativo em relação a fevereiro, quando a comercialização estava em 4,93%.

O desafio para o Brasil, com Mato Grosso à frente, será manter esta trajetória de crescimento diante das incertezas do mercado internacional e das flutuações cambiais que podem influenciar a dinâmica comercial nos próximos meses.

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