
Foto: Reprodução
Por Redação
Juiz transfere processo contra Silval Barbosa e outros quatro réus para tribunal superior, seguindo entendimento do STF sobre foro privilegiado
O ex-governador Silval Barbosa, os empresários Ciro Zanchet Miotto e Ricardo Padilla, e os ex-secretários Marcel Cursi (Fazenda) e Pedro Nadaf (Casa Civil) serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um caso que investiga esquema de corrupção que causou prejuízo de R$ 37,7 milhões aos cofres de Mato Grosso. A decisão foi tomada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, seguindo recente entendimento do STF sobre foro privilegiado.
A investigação, conhecida como caso do “frigorífico da corrupção”, aponta que a Superfrigo, de propriedade de Ciro Miotto, pagou R$ 2,75 milhões em propina para obter benefícios fiscais irregulares do governo estadual. Desse valor, R$ 2,5 milhões foram usados para quitar um empréstimo que financiou o pagamento do chamado “mensalinho” a 17 deputados estaduais, e outros R$ 250 mil foram destinados diretamente ao ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf.
A decisão de enviar o caso ao STJ segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que crimes cometidos por autoridades durante o exercício da função pública devem permanecer sob a jurisdição do tribunal competente, mesmo após o término do mandato.
Segundo os autos, o empréstimo quitado com dinheiro da propina havia sido contraído pelo ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Sérgio Ricardo, junto ao empresário Ricardo Padilla, também réu no processo. A investigação aponta Pedro Nadaf como o articulador do esquema, prometendo e concedendo os benefícios fiscais em troca do pagamento ilícito.
O esquema teria durado mais de dois anos, entre o início de 2012 e o primeiro semestre de 2014. O Ministério Público de Mato Grosso também descobriu que, após a fraude, a Superfrigo encerrou formalmente suas atividades e constituiu uma nova empresa, a Intercontinental Foods, que funcionava no mesmo local, utilizava os mesmos equipamentos e tinha como um dos sócios o próprio Ciro Miotto.
Na decisão, o magistrado ressaltou que “os delitos imputados ao réu Silval da Cunha Barbosa teriam sido supostamente cometidos durante o exercício do mandato de Governador do Estado de Mato Grosso e em razão das atribuições inerentes ao cargo”. Por isso, determinou a remessa do processo ao STJ, que analisará sua competência para julgar todos os cinco acusados.
Com o envio dos autos, o caso do “frigorífico da corrupção” aguardará o posicionamento do tribunal superior sobre o julgamento dos envolvidos no esquema que causou prejuízo milionário aos cofres públicos mato-grossenses.
Não perca nenhum detalhe desta e de outras notícias importantes! Siga nosso canal no WhatsApp e nosso perfil no Instagram para atualizações em tempo real.
Sua voz é fundamental! Tem alguma denúncia, sugestão de pauta ou informação relevante para compartilhar? Entre em contato com nossa equipe através do nosso WHATSAPP ou entre em contato pelo telefone (66) 99237-4496. Juntos, podemos construir um jornalismo ainda mais forte e engajado com a comunidade.

Redação
Este é o seu portal de notícias da nossa região. No nosso site, você encontra as informações mais relevantes e atualizadas sobre tudo o que acontece por aqui. Nossa missão é manter você informado com conteúdos de qualidade, escritos por colaboradores que conhecem a fundo a realidade local.