Adolescente de 16 anos desaparecido é identificado em cemitério clandestino de Lucas do Rio Verde

DNA confirma a identidade da vítima; sete corpos ainda aguardam identificação

Por Daniel Trindade

Nesta sexta-feira (24), a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmou, por meio de exame de DNA, a identidade da quinta vítima encontrada em um cemitério clandestino em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso. O adolescente W.S.M., de 16 anos, desaparecido desde 15 de setembro de 2024, foi identificado. Ele foi sequestrado dentro de sua casa, no bairro Rio Verde, na mesma cidade.

O vínculo genético foi comprovado através de amostras fornecidas por sua mãe na unidade da Politec de Lucas do Rio Verde. O material foi processado no Laboratório Forense da Capital e comparado com a amostra biológica de W.S.M., resultando em compatibilidade. Além da identificação genética, os restos mortais passaram por exame pericial antropológico para determinar a causa da morte.

No dia do sequestro, por volta das 22h30, W.S.M. estava em casa com seu irmão quando foram abordados por um suspeito armado. O adolescente foi forçado a acompanhar o criminoso até um carro e, desde então, não foi mais visto. A família relatou que W.S.M. tinha envolvimento com drogas, e acreditam que o crime foi orquestrado por uma facção criminosa.

Junto a W.S.M., outras vítimas já foram identificadas no cemitério clandestino:

• Rafael Pereira de Souza, 34 anos, natural de Rondonópolis, foi sequestrado em 1º de janeiro. Três homens armados o levaram de sua casa em Lucas do Rio Verde.
• Andris David Mattey Nadales, 19 anos, venezuelano, foi sequestrado do Hotel Global, próximo ao cemitério, no dia 7 de janeiro. Ele estava temporariamente hospedado no local.
• Wilner Alex de Oliveira Silva, 29 anos, foi retirado de sua casa no bairro Cerrado, em Lucas do Rio Verde, no dia 27 de dezembro. Três homens o forçaram a entrar em um carro branco enquanto sua família estava presente.
• Mateus Bonfim de Souza, 18 anos, foi dado como desaparecido no dia 27 de dezembro, após sua mãe relatar o sumiço à delegacia. Ele havia se mudado recentemente para morar com um amigo no bairro Rio Verde. Após um último contato telefônico com sua mãe, o telefone de Mateus passou a cair na caixa postal, e mensagens não chegaram mais até ele. O corpo de Mateus foi identificado no dia 13 de janeiro.

Ainda faltam sete corpos a serem identificados. A Politec solicita que familiares de desaparecidos forneçam amostras genéticas nas unidades do Instituto de Medicina Legal (IML). Os perfis genéticos são inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos, facilitando a busca em todo o país.

Rosangela Guarienti Ventura, coordenadora de perícias em biologia molecular, informou que muitas das ossadas só poderão ser identificadas por DNA ou através da arcada dentária. “Pedimos que os familiares de desaparecidos procurem a Politec. A coleta é indolor e rápida”, ressaltou. Não é necessário apresentar boletim de ocorrência; basta levar a documentação pessoal à unidade da Politec. As análises estão avançando, e em breve, os perfis de DNA estarão disponíveis para comparação em nível estadual e nacional.

Daniel Trindade

Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"