
Informação correta ajuda a combater o medo de perder auxílios e incentiva trabalhadores a aceitar oportunidades no mercado com carteira assinada.
por Daniel Trindade
Trabalhar com carteira assinada não significa perder automaticamente benefícios sociais pagos pelo governo federal ou estadual. Programas como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e auxílios estaduais mantêm como principal critério para participação a renda familiar per capita, e não o tipo de vínculo empregatício do beneficiário.
No caso do Bolsa Família, por exemplo, o direito é mantido desde que a renda mensal por integrante da família não ultrapasse R$ 218. Ou seja, mesmo com um emprego formal, é possível continuar recebendo o auxílio, desde que a renda esteja dentro do limite. Além disso, existe a chamada Regra de Proteção, que garante a continuidade de 50% do valor do benefício por até 12 meses para famílias cuja renda per capita ultrapasse R$ 218, mas não passe de meio salário mínimo por pessoa (cerca de R$ 706). A medida foi criada justamente para evitar que famílias recusem propostas de trabalho por medo de perder o apoio financeiro imediatamente.
A falta de informação, no entanto, ainda afasta muitos trabalhadores das vagas disponíveis. Em cidades com alta geração de empregos, como Sinop, no norte de Mato Grosso, relatos de profissionais de Recursos Humanos apontam que candidatos deixam de participar de processos seletivos por acreditarem que perderão todos os benefícios sociais caso aceitem um trabalho formal. O receio, muitas vezes baseado em informações incompletas ou equivocadas, mantém pessoas fora do mercado e dificulta a contratação em empresas que oferecem oportunidades inclusive para quem não tem experiência prévia.
Especialistas reforçam que a formalização é mais do que um contrato de trabalho: é garantia de férias remuneradas, 13º salário, FGTS, aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade, entre outros direitos. Além disso, o emprego formal abre portas para financiamento habitacional, crédito bancário e programas de capacitação profissional, ampliando as perspectivas de crescimento e estabilidade financeira.
No âmbito estadual, benefícios como isenção de IPVA para pessoas com deficiência, tarifas sociais de energia elétrica e água e bolsas de estudo vinculadas à renda também não são automaticamente suspensos com a assinatura da carteira. O que determina a manutenção é o cumprimento dos critérios socioeconômicos estabelecidos em cada programa.
Com o país registrando baixa taxa de desemprego e setores da economia enfrentando dificuldade para preencher vagas, a informação correta torna-se ferramenta estratégica para aproximar empregadores e trabalhadores. O acesso a dados claros sobre os direitos e a compatibilidade dos auxílios com o emprego formal pode ajudar a derrubar mitos, incentivar a busca por oportunidades e promover a formalização.
Para especialistas, aceitar um trabalho com carteira assinada não é apenas compatível com a manutenção de muitos benefícios sociais é também um passo concreto para melhorar a qualidade de vida, garantir segurança econômica e construir um futuro mais estável para as famílias.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Consultor Político
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"