
“Quando o respeito pelos direitos trabalhistas é negligenciado, a saúde de quem cuida também adoece.”
por Daniel Trindade
A crise no Hospital Santo Antônio, em Sinop, continua a escalar. O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Mato Grosso (SINPEN) notificou extrajudicialmente a instituição nesta terça-feira (16), exigindo a regularização de pendências trabalhistas. Entre as principais queixas estão atrasos salariais, falta de pagamento de benefícios e irregularidades no recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O documento enviado pelo sindicato lista uma série de violações graves aos direitos trabalhistas dos profissionais da saúde, incluindo:
- Não pagamento do salário de dezembro de 2024;
- Atraso na segunda parcela do 13º salário;
- Dívidas referentes a 41 cestas básicas prometidas;
- Férias vencidas sem pagamento;
- Ausência de recolhimento do FGTS.
Diante do cenário, o SINPEN estabeleceu um prazo de 72 horas para que a administração do hospital regularize as pendências. Caso contrário, os profissionais prometem iniciar uma greve que pode paralisar as atividades no hospital, impactando diretamente os atendimentos à população.
Após cobranças do Portal Deixa Que Eu Te Conto, o presidente do SINPEN, Arlindo César Ferreira, reforçou a gravidade da situação e a postura negligente da administração do hospital.
“É inaceitável que profissionais da saúde, que já enfrentam uma rotina desgastante, ainda precisem lidar com a insegurança financeira. Estamos dando um prazo, mas não hesitaremos em recorrer ao Ministério Público do Trabalho para buscar justiça”, afirmou.
Além disso, o advogado do sindicato, Dr. Lindolfo Macedo, já havia destacado em declarações anteriores que o Hospital Santo Antônio é um dos campeões em ações trabalhistas no estado. Ele também criticou a Justiça do Trabalho por, segundo ele, adotar uma postura diferenciada quando se trata da instituição, muitas vezes desfavorecendo os trabalhadores.
“Quando os casos chegam à Justiça, parece que os direitos dos colaboradores são ignorados. Isso é inadmissível e requer investigação mais aprofundada”, destacou.
A crise no hospital não é novidade. Em matérias anteriores, foram relatados atrasos constantes nos pagamentos e falta de condições dignas de trabalho. Médicos, por exemplo, afirmaram estar sem receber desde agosto de 2024, enquanto outros funcionários acumulam meses de atraso no pagamento de vales-refeição e outros benefícios.
Nossa redação entrou em contato pela manhã com o presidente da instituição, que pediu para que as informações fossem buscadas diretamente com os gestores. Até o momento, nenhum posicionamento oficial foi encaminhado. O espaço permanece aberto para que a diretoria do hospital e demais partes envolvidas apresentem seus esclarecimentos.
A indignação dos trabalhadores cresce, assim como as dificuldades financeiras enfrentadas por muitos. Uma enfermeira relatou que não tem mais como arcar com suas contas e sequer conseguiu comprar alimentos básicos.
“Estamos à deriva. Esse descaso é uma forma moderna de escravidão”, desabafou.
A possível greve pode marcar um ponto de ruptura e evidencia a urgência de medidas concretas para solucionar a crise no Hospital Santo Antônio.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"