
“Quando a comida pesa no bolso, a política pesa nas urnas.”
Por Daniel Trindade
A pauta da comida barata voltou com força ao debate político nacional, impulsionada por setores do agronegócio, lideranças conservadoras e pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em protestos realizados em diversas cidades e com grande mobilização em Brasília, parlamentares e apoiadores reforçaram a narrativa de que a alta dos preços dos alimentos está diretamente ligada às políticas adotadas pelo governo atual e que Bolsonaro seria a solução para retomar a estabilidade econômica.
A manifestação reuniu senadores, deputados e produtores rurais que reivindicam a redução da carga tributária sobre os insumos agrícolas, melhores condições logísticas para o escoamento da produção e medidas mais efetivas de incentivo ao setor produtivo. A senadora Rosana Martinelli (PL-MT), conhecida por sua defesa ferrenha do agro, foi uma das vozes que ecoaram a necessidade de um modelo econômico que garanta comida barata na mesa dos brasileiros. “Não podemos permitir que o Brasil afunde na insegurança alimentar por falta de gestão. O agro é a solução, não o problema”, afirmou.
Nas redes sociais, o tema rapidamente ganhou tração e se tornou um dos assuntos mais comentados, especialmente entre os apoiadores do ex-presidente. Slogans como “Com Bolsonaro, a carne era barata” e “O Brasil precisa de um líder que entenda de economia” foram amplamente compartilhados, reforçando o desejo de parte da população pelo retorno do ex-presidente em 2026. Bolsonaro, por sua vez, tem aproveitado o momento para reacender sua base eleitoral, criticando a condução econômica do governo atual e prometendo que, caso volte ao Planalto, “o povo voltará a ter comida farta e acessível”.
A pressão por mudanças na política econômica aumenta à medida que o custo de vida continua em alta e a insatisfação popular cresce. Se a estratégia de associar Bolsonaro à retomada da estabilidade econômica dará frutos em 2026, ainda é cedo para dizer. No entanto, o fato é que a combinação de crise alimentar, agronegócio insatisfeito e memória recente de um período em que os preços eram mais baixos pode ser um trunfo poderoso para um possível retorno do ex-presidente à disputa presidencial.
O debate sobre comida barata se transformou em mais do que uma questão econômica tornou-se um símbolo da polarização política e um termômetro para o futuro do Brasil. Resta saber como o governo atual responderá à pressão e se conseguirá conter a narrativa que já está ganhando as ruas e as redes sociais.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"