Mirtes Transterra e Adenilson Rocha envolvidos em polêmica de áudios vazados sobre promessas de campanha

“Áudios vazados colocam Mirtes Transterra e Adenilson Rocha no olho do furacão, expondo promessas vazias e práticas eleitorais que revoltam Sinop.”

por Daniel Trindade

Áudios explosivos vazados nesta semana colocam Mirtes Transterra e Adenilson Rocha no centro de uma polêmica que escancara práticas questionáveis de campanha política em Sinop. As gravações, amplamente compartilhadas, revelam promessas financeiras, negociações de cargos na prefeitura e insatisfação de cabos eleitorais que afirmam terem sido deixados de lado após o término do pleito. As falas comprometedoras destacam os dois candidatos, já derrotados nas urnas, como responsáveis por uma estratégia política recheada de promessas vazias e acordos obscuros.

Entre os trechos mais reveladores, um áudio de uma cabo eleitoral expõe a frustração com a falta de pagamento.

“Amiga, relaxa. Adenilson Rocha tem empresa dentro de Sinop. Será que você esqueceu que eu trabalhei na empresa dele? Se ele não me pagar, enquanto ele não me pagar, eu não saio da porta da empresa dele.”

A frase, além de demonstrar o descaso com quem trabalhou na campanha, sugere uma relação próxima e dependente das promessas feitas por Adenilson Rocha.

A insatisfação se intensifica em outro trecho, no qual a cabo eleitoral relata que foi convidada a escolher entre dinheiro ou um cargo público.

“Ele pediu pra mim escolher, o que que você quer: você quer um serviço na prefeitura ou o que que você quer? Eu falei, eu não quero serviço nenhum, eu quero dinheiro. Aí não me falaram em valores, só me falaram assim, que iam me dar um valor adequado pra mim ficar uns meses de boa sem precisar trabalhar.”

A promessa, no entanto, não se concretizou, e ela desabafa: “Eu não tô contando com o ovo no cu da galinha.”

O nome de Mirtes Transterra também é diretamente citado nos áudios, aumentando ainda mais a gravidade do caso. Uma das participantes afirma que promessas de cargos e benefícios foram feitas diretamente para a ex-candidata.

“Prometeram um negócio pra ela na prefeitura lá. O acordo dela eu não sei, mas prometeram um negócio bom pra ela lá, uma estrutura e uma vaga boa.”

A fala reforça a ideia de que negociações para troca de apoio político não se limitavam aos cabos eleitorais, mas atingiam até os principais nomes da campanha.

A situação torna-se ainda mais polêmica quando outra pessoa, aparentemente cética com toda a operação, questiona abertamente:

“Deixa eu te falar um negócio. Eu sei que no meio disso tudo aí sempre tem um valorzinho atrás. Vocês ganharam o que para fazer essa “presepa”?Me diga, valeu a pena pelo menos o dinheiro que vocês pegaram para isso aí?”

A provocação reflete um sentimento generalizado de insatisfação e desconfiança entre os envolvidos.

Os áudios, que revelam também comparações com outras campanhas, deixam Adenilson Rocha e Mirtes Transterra em uma situação delicada. Uma cabo eleitoral relatou que o único pagamento recebido foi por trabalhos na campanha de Roberto Dorner. “O único dinheiro que eu ganhei foi o dinheiro que eu trabalhei pro Roberto Dorner agora,” afirmou, destacando a diferença de conduta entre as campanhas.

A repercussão dos áudios tomou conta de Sinop, com moradores e eleitores indignados. Muitos questionam o silêncio de Mirtes e Adenilson, que até o momento não se pronunciaram sobre as acusações. A falta de respostas aumenta ainda mais a pressão e pode levar a investigações por parte do Ministério Público Eleitoral, já que prometer dinheiro ou cargos em troca de apoio político configura violação grave à legislação eleitoral.

Mirtes Transterra e Adenilson Rocha, que já enfrentaram rejeição nas urnas, agora se veem em meio a uma crise que pode manchar ainda mais suas trajetórias políticas. A revelação de práticas duvidosas e o descontentamento explícito de cabos eleitorais escancaram a realidade de uma campanha marcada por promessas vazias e expectativas frustradas. Sinop assiste ao desenrolar de um escândalo que não apenas questiona a ética dos candidatos, mas também expõe a fragilidade de um sistema político que, em muitos casos, deixa seus apoiadores à deriva.

O vazamento desses áudios não apenas expõe o despreparo de Mirtes Transterra e Adenilson Rocha para lidar com as consequências de suas campanhas, mas também escancara a falta de compromisso com aqueles que confiaram e trabalharam ao seu lado. A prática de prometer dinheiro e cargos em troca de apoio político não é apenas imoral, mas uma afronta à inteligência do eleitor e ao sistema democrático. O silêncio dos envolvidos, longe de amenizar a situação, reforça a sensação de abandono e desrespeito, mostrando que, para alguns políticos, apoio é apenas uma moeda de troca descartável quando as urnas fecham. Sinop merece lideranças que atuem com ética e responsabilidade, e não candidatos que tratam a confiança popular como um jogo de interesses.

O espaço está aberto para a manifestação dos citados.

Ouça os áudios:

Áudio 1

Áudio 2

Áudio 3