
“Se o dinheiro está sendo repassado, por que os trabalhadores continuam sem receber? A verdade sobre o Hospital Santo Antônio precisa vir à tona!”
por Daniel Trindade
A crise no Hospital Santo Antônio, em Sinop, ganhou um novo desdobramento com a manifestação oficial do Ministério da Saúde sobre a situação da unidade. Em resposta a uma solicitação do portal Deixa Que Eu Te Conto, o ministério esclareceu que os repasses federais ao hospital estão sendo realizados regularmente e que a gestão desses recursos cabe exclusivamente ao Governo do Estado de Mato Grosso, responsável pela administração e fiscalização dos serviços prestados pela unidade.
De acordo com o documento oficial do Ministério da Saúde, o hospital recebe anualmente cerca de R$ 1,7 milhão para custeio de leitos de UTI adulto, além de R$ 2,1 milhões destinados ao incentivo à contratualização. O órgão federal destacou que sua atuação se limita ao repasse dos valores e que cabe ao Estado definir a destinação desses recursos e garantir que os serviços de saúde sejam prestados de forma adequada à população. Essa declaração joga luz sobre a verdadeira responsabilidade da crise, desmentindo a narrativa de que a falta de pagamentos aos trabalhadores seria um problema exclusivamente ligado a repasses federais.
A crise financeira do Hospital Santo Antônio já dura meses e tem gerado sucessivas paralisações dos trabalhadores. Enfermagem, técnicos de enfermagem e médicos denunciam atrasos nos salários, a ausência de pagamento de 42 meses de vale-refeição e o não depósito do FGTS, que, segundo os trabalhadores, não é recolhido há décadas. Os médicos da oncologia também entraram em protesto recentemente, alegando que estão sem receber desde agosto de 2024, o que tem comprometido atendimentos essenciais.
Diante da pressão, o caso chegou ao Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, onde o hospital reconheceu os atrasos e se comprometeu a regularizar os pagamentos até o quinto dia útil do próximo mês, além de acertar as pendências do FGTS e das cestas básicas. No entanto, após a audiência, surgiram relatos de retaliação, com demissões de trabalhadores que participaram da paralisação, aumentando ainda mais a revolta dos colaboradores.
O posicionamento do Ministério da Saúde expõe a necessidade de o Governo do Estado de Mato Grosso assumir sua responsabilidade e fiscalizar a destinação dos repasses. Se os valores estão sendo transferidos regularmente, como indica o documento, por que os trabalhadores seguem sem receber? Quem está, de fato, gerindo esses recursos dentro do hospital? E, principalmente, por que os diretores da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, responsável pela administração do Hospital Santo Antônio, nunca aparecem publicamente para prestar esclarecimentos?
A gestão da fundação, comandada por Wellington Randall Arantes, continua no centro das polêmicas. Randall é a única figura da administração que se manifesta sobre a crise, enquanto os demais diretores permanecem ocultos. A falta de transparência levanta questionamentos sobre a real destinação dos repasses federais e estaduais e reforça a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre a gestão financeira da instituição.
O Portal Deixa Que Eu Te Conto segue acompanhando os desdobramentos desse caso e cobrando respostas das autoridades responsáveis. Se o Ministério da Saúde já apontou que os recursos estão sendo enviados regularmente ao Estado, agora é hora de a Secretaria de Saúde de Mato Grosso e a administração do hospital explicarem onde está o dinheiro e por que os trabalhadores continuam sem receber seus direitos básicos.
Segue espaço aberto para a SES-MT
Leia a declaração do Ministério da Saúde
RE- Solicitação de manifestação sobre a situação do Hospital Santo Antônio de Si

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"