
“Na disputa pela presidência da Câmara, o preço de cada voto revela não apenas os interesses em jogo, mas também o verdadeiro caráter de quem deveria representar a população.”
por Daniel Trindade
A corrida pela presidência da Câmara de Sinop, marcada para o início de 2025, segue com um enredo que lembra as articulações de 2020. Naquele ano, o vereador Dilmair Callegaro apresentou uma lista robusta com 14 assinaturas que supostamente garantiriam sua eleição à presidência. Contudo, no dia 1º de janeiro de 2021, para surpresa geral, uma chapa alternativa foi apresentada, resultando na vitória de Elbio Volkweis, um nome novo na política municipal.
Agora, o vereador eleito Remídio enfrenta uma situação semelhante. Após anunciar uma lista de apoio para sua candidatura à presidência, os bastidores já começaram a ferver com articulações para a formação de uma segunda chapa, reacendendo dúvidas sobre a solidez dos compromissos pré-estabelecidos. Essa repetição histórica levanta a pergunta : será que o raio cairá novamente no mesmo lugar?
Embora amplamente divulgadas, as listas de apoio não têm valor jurídico e servem apenas como ferramentas de pressão política e demonstração de força. Até o momento da votação, tudo pode mudar, e as alianças podem ser redefinidas conforme os interesses de cada grupo ou vereador. Essa volatilidade expõe o jogo político por trás das negociações, que muitas vezes parecem estar mais alinhadas com benefícios pessoais ou de grupos do que com os interesses coletivos da população.
A dinâmica dessas articulações revela muito sobre o perfil de cada vereador e suas prioridades. As perguntas que ficam no ar são inevitáveis : qual é o preço de cada voto? Quem serão os reais beneficiados por essas negociações? A presidência da Câmara, que deveria ser um espaço para lideranças comprometidas com o bem-estar da cidade, corre o risco de ser vista apenas como um campo de disputas por poder e influência.
Enquanto isso, a população de Sinop assiste a esses movimentos com atenção e desconfiança, perguntando-se se o verdadeiro propósito dessas articulações é atender às necessidades do município ou apenas garantir vantagens políticas para alguns. O histórico de 2020 mostrou que surpresas podem acontecer, e o cenário de 2024 indica que as reviravoltas estão longe de terminar.
A presidência da Câmara não é apenas um cargo estratégico; é uma oportunidade de mostrar compromisso com a ética, com o diálogo transparente e com as demandas da sociedade. O resultado dessa eleição não apenas definirá quem comandará o legislativo nos próximos anos, mas também deixará claro quais são as prioridades de cada vereador e de que lado eles realmente estão: da população ou dos interesses particulares.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"