O mercado de bioinsumos, que inclui produtos de controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores, cresceu 15% na safra 2023/24, em comparação à safra anterior.
Os produtos biológicos agrícolas registraram vendas de R$ 5 bilhões, considerando o preço final para o agricultor.
Os dados foram divulgados durante coletiva de imprensa com dados de mercado, socioeconômicos e de inovação do setor realizada em São Paulo (SP), na semana ássada.
Mato Grosso é o Estado de maior uso de produtos biológicos agrícolas, com 33,4% do valor total.
Em seguida, Goiás/Distrito Federal, com 13%; São Paulo, com 9%; Paraná, com 7,9%; e Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ambos com 7,8%, entre os principais estados.
O diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, destacou o aumento expressivo do mercado, com a manutenção da taxa média anual de crescimento quatro vezes maior em relação à global.
“O último ano foi desafiador para a indústria de insumos agrícolas como um todo. Apesar disso, o segmento de bioinsumos agrícolas manteve o ritmo de crescimento, motivado pela relação custo-benefício do produto e pela sinergia de adoção com outras tecnologias agrícolas. Isso motivou o aumento dos investimentos em inovação e a ampliação do portfólio de novos produtos,” analisou o CEO.
O mercado global de bioinsumos agrícolas em 2023 foi avaliado entre US$ 13 e 15 bilhões, incluindo todos os segmentos: controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores.
A estimativa é que a taxa anual de crescimento global até 2032 seja entre 13% e 14%, o que corresponde a US$ 45 bilhões, valor três vezes maior que o atual.
O segmento mais representativo entre os bioinsumos são os produtos de controle biológico, estimados em 57% do valor acima.
A previsão é que eles devem continuar como representantes da maior fatia desse mercado.
A projeção de crescimento é apoiada pela expectativa de EUA e Europa aumentarem a taxa de adoção de bioinsumos na produção de grandes culturas, a exemplo do Brasil, que tem uma das maiores taxas do mundo.
MERCADO BRASILEIRO – O mercado de bioinsumos no Brasil, incluindo produtos de controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores, cresceu 15% na safra 2023/24, em comparação à safra anterior.
Os produtos biológicos agrícolas comercializaram R$ 5 bilhões, considerando o preço final para o agricultor.
Nos últimos três anos, o mercado de bioinsumos agrícolas cresceu a uma taxa média anual de 21%, percentual quatro vezes acima da média global.
ÁREA TRATADA – A área tratada no Brasil com proteção de cultivos (químicos ou biológicos) cresceu 15% em relação à safra 2021/22.
Nesta mesma área, a adoção de bioinsumos agrícolas cresceu acima dos 35%, uma participação total na safra 2022/23 de 12%.
USO DE BIOINSUMOS POR CULTURA – Entre os principais cultivos, do total de uso de bioinsumos no Brasil 55% são destinados para soja, 27% para milho, 12% para cana-de-açúcar e 6% para algodão, café, citrus e hortifruti (HF).
TAXA MÉDIA DE ADOÇÃO – Um fator de destaque é o crescimento da taxa média de adoção de bioinsumos por área, da safra 2022/2023 para a safra 2023/2024, que subiu de 22% para 23% incluindo todos os segmentos: controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores.
Em biofungicidas saiu de 11% para 12%, bioinseticidas de 19% para 21%, bionematicidas de 24% para 25%, bionoculantes de 61% para 63% e solubilizadores de nutrientes de 3% para 4%, nos principais cultivos.
Entre as culturas, destaque para os bionematicidas para o algodão e a soja; os bioinseticidas para cana-de-açúcar e milho; os biofungicidas para soja e milho; e os bionematicidas e os biofungicidas para hortifruti (HF).
CONTEXTO NACIONAL – A partir do crescente interesse na agricultura de baixo impacto ambiental, os produtos biológicos para o campo têm se mostrado uma alternativa viável para uma produção mais sustentável.
Fundamental para produção agrícola no Brasil, as políticas públicas, por meio dos financiamentos, têm sido condicionadas por fatores sustentáveis.
Exemplo disso é o Plano Safra, que tem oferecido juros reduzidos para produtores com práticas sustentáveis. Alguns estados, inclusive, solicitaram priorização de crédito para as mesmas práticas.
Quatro grandes fatores contribuem e devem sustentar o crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil para os próximos anos:
– A contínua profissionalização e a expansão da indústria;
– O manejo integrado de defensivos químicos e produtos biológicos com efeito positivo para o controle de pragas e doenças cada vez mais resistentes na agricultura tropical;
– O aumento da adoção entre os produtores;
– Novas formulações e tecnologias em produtos biológicos, contendo cada mais múltiplos microrganismos e uma ampla gama de alvos.
As soluções bacterianas continuarão a dominar o mercado na próxima década, embora os produtos derivados de vírus e fungos aumentem a participação no mercado.
CONJUNTURA DE MERCADO – A previsão é que o crescimento da adoção de bioinsumos continuará intenso e contínuo.
O cenário incentiva a indústria de insumos agrícolas e de pesquisa pública e privada a focar em novas tecnologias e inovação, com a promoção de novas soluções para o controle biológico de pragas, nutrição e fisiologia.
Fonte : Diário de Cuiabá
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"