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Incidente levanta questões sobre acesso a simulacros, eficácia das medidas preventivas nas escolas da região e a necessidade de regulamentação mais rigorosa da venda desses objetos
Por Daniel Trindade
Matupá, MT – A apreensão de um simulacro de arma de fogo com um aluno na Escola Estadual Jardim das Flores, em Matupá, reacendeu o debate sobre segurança nas escolas e as nuances da Lei 10.826/03, conhecida como Estatuto do Desarmamento. Essa legislação, que dispõe sobre o controle de armas de fogo e munições no Brasil, também aborda a questão dos simulacros, definindo as condições em que seu porte pode ser considerado ilegal. O incidente, ocorrido na tarde de ontem, 20 de fevereiro de 2025, mobilizou a Polícia Militar e gerou grande preocupação na comunidade escolar, levantando questões sobre a facilidade de acesso a réplicas de armas e a necessidade de medidas preventivas mais eficazes.
A 2ª Companhia da PM foi acionada por Estela Regina, coordenadora da escola, por volta das 13h. A coordenadora relatou a presença de um aluno aparentemente armado em sala de aula, gerando preocupação entre os presentes e acionando o protocolo de segurança da escola, que inclui o isolamento da área e a comunicação imediata às autoridades. Ao chegarem ao local, os policiais identificaram o aluno como Guilherme e confirmaram que ele portava um simulacro de pistola Glock, acompanhado de dois carregadores. A rápida ação da coordenação, que seguiu rigorosamente os procedimentos de segurança, e a pronta resposta da polícia militar foram cruciais para evitar que a situação escalasse e resultasse em consequências mais graves.
Apesar da aparência realista, com detalhes que imitavam fielmente uma arma de fogo, o objeto foi identificado como um simulacro, ou seja, uma réplica que não possui capacidade de efetuar disparos. Essa constatação afastou o risco imediato à segurança dos demais alunos e funcionários da escola, que inicialmente se sentiram apreensivos com a situação. A perícia inicial realizada pelos policiais, que examinaram cuidadosamente o objeto, confirmou que o simulacro não continha mecanismos que permitissem sua conversão em uma arma funcional, descartando a possibilidade de que pudesse ser adaptado para efetuar disparos.
Após a confirmação de que se tratava de um simulacro, a mãe do aluno foi imediatamente comunicada sobre a ocorrência e compareceu à escola para acompanhar o desenrolar da situação. O menor foi conduzido à delegacia de polícia de Matupá para as providências cabíveis, sem a necessidade de uso de algemas e sem apresentar qualquer tipo de lesão. A condução do aluno à delegacia seguiu os protocolos padrão para casos envolvendo menores de idade, garantindo seus direitos e bem-estar, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Durante o transporte, o aluno foi acompanhado por um conselheiro tutelar, que também prestou apoio à família, oferecendo suporte psicológico e orientação jurídica.
A Polícia Civil, agora responsável pela investigação, dará sequência às medidas administrativas e legais pertinentes ao incidente, buscando esclarecer as motivações do aluno e as circunstâncias em que o simulacro foi introduzido no ambiente escolar. A investigação deverá apurar se houve intenção de intimidar colegas ou professores, ou se o objeto foi levado para a escola por outro motivo, como, por exemplo, para exibição ou para participar de alguma brincadeira. A polícia também investigará a origem do simulacro e como o aluno teve acesso a ele, buscando identificar possíveis irregularidades na comercialização ou distribuição desse tipo de produto. Além disso, a investigação poderá incluir entrevistas com colegas, professores e familiares do aluno, a fim de obter informações relevantes sobre seu comportamento e suas motivações.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"