Por Daniel Trindade
Um estudo recente intitulado “Dados Abertos e Crimes Ambientais” destaca Mato Grosso como o estado brasileiro com o melhor desempenho na abertura de dados relacionados a crimes ambientais, alcançando uma pontuação de 79%. A pesquisa, conduzida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Instituto Centro de Vida (ICV), e Transparência Internacional – Brasil, revela que a transparência de dados nesse setor ainda é insuficiente em muitas regiões do país.
O estudo, publicado em 26 de novembro, analisou 41 bases de dados geridas por órgãos públicos em níveis federal e estadual, focando nos estados da Amazônia Legal. Os dados abrangeram seis tipos de delitos ambientais: desmatamento, exploração florestal e mineração ilegais, tráfico de fauna silvestre, uso ilegal de agrotóxicos e grilagem de terras, além de bases transversais ligadas a sanções administrativas ambientais.
Os critérios de avaliação incluíram atualização, completude, download único, legibilidade por máquina, licença livre, documentação, formato não proprietário e gratuidade. As pontuações foram classificadas como “baixa” (até 30 pontos), “mediana” (31 a 70 pontos) e “alta” (acima de 70 pontos).
Os resultados mostraram uma abertura de 65% das bases federais, enquanto a média nos nove estados da Amazônia Legal foi de apenas 33%. Mato Grosso liderou entre os estados, seguido por Pará (60%) e Amazonas (56%). Em contrapartida, Acre, Maranhão e Roraima não pontuaram na abertura de dados.
O estudo também revelou que as informações sobre grilagem de terras tiveram a pior taxa de abertura (23%), seguidas por crimes contra a fauna (33%) e uso de agrotóxicos (56%). Por outro lado, as bases de dados sobre desmatamento (93%) e exploração florestal (84%) apresentaram as melhores taxas de abertura.
Estados com portais dedicados à divulgação de informações ambientais, como Mato Grosso, Pará e Rondônia, se destacaram no ranking, confirmando a importância da transparência para o combate a crimes ambientais. O diagnóstico identificou áreas que necessitam de melhorias, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Guia de Trânsito Animal (GTA), que tiveram resultados insatisfatórios em termos de abertura.
Marcondes Coelho, analista socioambiental do ICV, destacou a importância dos dados abertos para monitorar desmatamentos e facilitar ações de fiscalização. Ele exemplificou o impacto positivo dessa transparência com a recente redução de 30,6% na perda de floresta amazônica, ressaltando a necessidade de ampliar a abertura de dados para combater efetivamente a cadeia de crimes ambientais.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"