
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Já se passou mais de uma semana desde que o escândalo das fraudes bilionárias no INSS veio à tona e o presidente Lula permanece em silêncio absoluto. Nenhuma palavra, nenhum gesto público, nenhuma menção aos milhões de aposentados que tiveram seus benefícios saqueados por sindicatos e associações fantasmas. Em vez disso, Lula optou por prestigiar os representantes das mesmas estruturas que, em parte, protagonizaram o esquema: nesta semana, realizou uma cerimônia no Palácio do Planalto com lideranças sindicais, em antecipação ao primeiro de maio.
Enquanto o presidente se reúne com sindicalistas, os lesados seguem sem resposta. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi à Câmara dos Deputados prestar esclarecimentos e teve um confronto acalorado com parlamentares. Deixou o plenário sem explicar como os valores desviados serão devolvidos. A incerteza permanece: quem vai devolver o dinheiro dos aposentados? Quando? De que forma?
“Se a Presidência da República não tem coragem de reconhecer o sofrimento dos aposentados, tampouco terá coragem de enfrentá-los com justiça. É preciso perguntar: até quando o Estado brasileiro vai tratar seus cidadãos honestos como a última linha da planilha de custos?”
Até agora, o que se sabe é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o ressarcimento não sairá do orçamento federal. Na semana passada, o PSOL pediu abertura de um crédito extraordinário de R$ 6,3 bilhões para ressarcir os aposentados. Nada foi dito até agora sobre cobrar os sindicatos que cometeram a fraude.
Milhões de aposentados foram lesados entre 2019 e 2024. A CGU revelou que o INSS ignorou todos os sinais de alerta: aumentos inexplicáveis na quantidade de “associados”, reclamações em massa, denúncias reiteradas. Mesmo assim, o INSS continuou autorizando os descontos compulsórios. Foram R$ 6,3 bilhões desviados, uma quantia que revela não apenas um golpe, mas um sistema organizado de exploração institucionalizada.
A Controladoria também informou que carros de luxo, joias, imóveis e até armas foram apreendidos com os envolvidos. Mas o dinheiro? Esse ainda não voltou. E, ao que tudo indica, a conta será dividida entre todos nós. Ou então jamais será paga.
É dentro desse contexto que se torna simbólico e profundamente ofensivo o silêncio do presidente da República. Lula, que se apresenta como defensor dos pobres, não dedicou uma única frase de solidariedade aos aposentados. Tampouco prometeu responsabilizar quem deve. Em vez disso, preferiu sorrir ao lado de dirigentes sindicais, muitos dos quais são próximos das mesmas estruturas que se beneficiaram dos esquemas agora investigados.
A cada novo dia sem resposta, o recado do governo parece mais claro: a prioridade não está nas vítimas. A cerimônia com os sindicalistas mostra que a lealdade de Lula está onde sempre esteve, com os dirigentes, não com os trabalhadores. Se a Presidência da República não tem coragem de reconhecer o sofrimento dos aposentados do INSS, tampouco terá coragem de enfrentá-los com justiça. É preciso perguntar: até quando o Estado brasileiro vai tratar seus cidadãos honestos como a última linha da planilha de custos?
O silêncio de Lula não é só incômodo, é revelador.
Fonte: Gazeta do Povo
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