
Pedro Ladeira - 7.ago.2024/Folhapress
Por Daniel Trindade
As investigações da Polícia Federal revelaram um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Isso intensificou o debate entre juristas sobre se Moraes deveria se declarar impedido de julgar casos relacionados à tentativa de golpe de Estado supostamente articulada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Juristas argumentam que, por ter sido alvo direto dos envolvidos, a permanência de Moraes na condução do inquérito pode permitir brechas para a anulação do caso. Essa medida é vista como uma forma de fortalecer a legitimidade do Supremo. Até o momento, Moraes não se pronunciou sobre o assunto.
O ministro Luís Roberto Barroso rejeitou anteriormente um pedido de impedimento de Moraes, citando a falta de embasamento jurídico sólido nas alegações contra ele. Gilmar Mendes também manifestou apoio à continuidade de Moraes no inquérito.
Relatório da PF e implicações jurídicas
O relatório da Polícia Federal, base da Operação Contragolpe, indicou que investigados planejavam uma operação chamada “Copa 2022” para capturar e assassinar Moraes. Com o indiciamento de Bolsonaro e 36 aliados, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir sobre a apresentação da denúncia, que Moraes, como relator, pode submeter à Primeira Turma do STF ou ao Plenário.
Alguns juristas, como Gustavo Sampaio e Wálter Maierovitch, sugerem que Moraes poderia se declarar impedido para assegurar a imparcialidade do julgamento, evitando contestações de suspeição por parte das defesas dos investigados.
Imparcialidade em questão
A questão da imparcialidade de Moraes é discutida por especialistas que comparam a situação com a Operação Lava Jato, onde a atuação de Sérgio Moro foi analisada criticamente.
Gustavo Badaró, professor de Direito Penal, aponta que, apesar de o caso estar no Supremo, o que dificulta anulações, podem surgir pedidos de revisão por possíveis vícios de competência. A prática de concentrar vários inquéritos sob a relatoria de Moraes também levanta questionamentos jurídicos.
Legitimidade do STF
A ideia de que Moraes deveria se declarar impedido é apoiada por especialistas como Marcelo Crespo e Aury Lopes Jr., que acreditam que essa ação protegeria a imagem do STF.
Renato Vieira, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), destaca que a deliberação sobre a imparcialidade de Moraes deve ser abordada pelo plenário do STF para evitar a deslegitimação das ações judiciais.
Com informações do Estadão.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"