
Investigações revelam esquema de venda de sentenças e conexões com o STJ
Por Daniel Trindade
No segundo semestre de 2024, um escândalo de corrupção no Judiciário brasileiro veio à tona, revelando um esquema de venda de sentenças em seis tribunais estaduais. As investigações levaram ao afastamento de 16 desembargadores e sete juízes, com um deles preso e seis obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas. A Polícia Federal está investigando casos que vão desde disputas de terra até processos criminais envolvendo narcotráfico.
Principais investigações:
- Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS): Cinco desembargadores foram obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas. A operação, coordenada pelo STJ, incluiu buscas em diversos estados e investiga crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Andreson de Oliveira Gonçalves é apontado como lobista central.
- Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT): As investigações começaram com a análise do celular de Roberto Zampieri, um lobista assassinado. Desembargadores são acusados de receber propinas. O CNJ investiga faltas funcionais e corrupção.
- Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO): A operação Máximus resultou no afastamento de quatro desembargadores e três juízes. A PF encontrou áudios que indicam venda de sentenças.
- Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA): Seis magistrados são investigados por corrupção na liberação de alvarás, com um prejuízo de R$ 17 milhões ao Banco do Nordeste. A operação foi denominada 18 Minutos.
- Tribunal de Justiça do Espírito Santo: Juízes são acusados de desviar dinheiro de contas de falecidos. A operação resultou na prisão de Bruno Fritoli.
- Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP): A operação Churrascada revelou o uso de códigos para negociar sentenças. O desembargador Ivo de Almeida está entre os investigados.
Conexões e ramificações:
As investigações também apontam possíveis conexões entre os esquemas estaduais e o STJ. O STJ investiga servidores e nega envolvimento de seus ministros. O STF analisa o caso para verificar se há ligações com ministros do STJ.
Operação Faroeste:
A Operação Faroeste, iniciada em 2019, continua a desdobrar esquemas de corrupção. A fase recente busca recuperar ativos adquiridos ilegalmente no Tribunal de Justiça da Bahia.
Com informações do Estadão

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"