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Na abertura da conferência, presidente defende transição para fim do uso de combustíveis fósseis e aborda desafios da capital paraense na organização do evento.
DA REDAÇÃO
Na abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30), nesta segunda-feira (10 de novembro), em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva direcionou suas críticas aos elevados gastos militares globais, defendendo que os recursos deveriam ser investidos em soluções para o aquecimento global. Lula também reiterou a necessidade de um “mapa” para o fim do uso do petróleo, um tema já abordado por ele em eventos anteriores.
O presidente utilizou o tornado que devastou o Paraná entre sexta-feira (7) e sábado (8) como um exemplo contundente dos eventos climáticos extremos que se tornarão mais intensos e frequentes devido ao aquecimento do planeta. A tragédia no Sul do Brasil, que deixou vítimas fatais e um rastro de destruição em Rio Bonito do Iguaçu, reforçou seu apelo por ações climáticas urgentes.
Lula aproveitou a oportunidade para fazer um “desagravo” à cidade de Belém, que enfrenta desafios estruturais para sediar um evento de tal magnitude. “Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto a gente acabar com a poluição do planeta Terra. Teria sido mais fácil fazer a COP em uma cidade acabada, que não tivesse problema, e resolvemos aceitar o desafio”, declarou. O presidente assegurou que as obras para a conferência serão um legado para a população, afirmando que a Amazônia “não é entidade abstrata” e que o governo trabalha para superar os problemas reais de seus habitantes.
Ao comparar os investimentos, o presidente destacou a discrepância: “Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade, de grandeza humana, provando que se os homens que fazem guerra estivessem aqui nessa COP, iam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram ano passado”, disse, referindo-se aos conflitos bélicos que desviam recursos da agenda verde.
O discurso de Lula também abordou o negacionismo climático e a desinformação. “É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, afirmou, criticando líderes que desacreditam o aquecimento global e utilizam algoritmos para “semear o ódio e espalhar o medo”.
No tema da transição energética, o presidente defendeu um “mapa do caminho” para a independência econômica dos combustíveis fósseis, com uma transição “justa e planejada”. No entanto, essa posição contrasta com a recente licença para exploração de petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas, concedida pelo Ibama, gerando críticas de ambientalistas. Lula defendeu a atividade, citando a segurança técnica e a importância do lucro do petróleo para financiar a própria transição energética.
Lula também mencionou a demarcação de terras indígenas no Brasil, destacando que “mais de 13% do território são áreas demarcadas para os povos indígenas” e que “talvez ainda seja pouco”. Apesar do avanço em 16 homologações neste mandato, entidades indígenas expressaram frustração pela falta de anúncios de novas demarcações durante a Cúpula de Líderes ou na abertura da COP-30. O Brasil propõe um compromisso intergovernamental para expandir em 80 milhões de hectares a posse de terras a indígenas e comunidades tradicionais.

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