“O silêncio diante do preconceito é o combustível que alimenta a intolerância; justiça e ação são a única resposta aceitável.”
por Daniel Trindade
Um caso de intolerância e violência em Guarantã do Norte, Mato Grosso, resultou na prisão em flagrante de um homem identificado pelas iniciais E.A.S., advogado, acusado de injúria racial, embriaguez ao volante e desacato. O episódio, ocorrido em 25 de novembro, no centro da cidade, trouxe à tona a urgência de combater atitudes preconceituosas e desrespeitosas.
Segundo o boletim de ocorrência, a confusão começou quando a vítima, identificada como S.R.L., tentou levantar sua moto, que havia sido derrubada. O acusado, alegando que o veículo estava obstruindo sua garagem, iniciou uma série de insultos racistas, chamando a jovem de “preta vagabunda” e sugerindo que “pessoas como ela” só poderiam trabalhar em “lojas fuleiras”. A situação escalou quando ele agrediu fisicamente uma colega da vítima, L.B.O.S., que estava no local.
Além do comportamento agressivo, testemunhas relataram que E.A.S. apresentava sinais visíveis de embriaguez e estava conduzindo uma caminhonete momentos antes do incidente, colocando em risco a segurança pública. Durante a abordagem policial, o advogado insultou os policiais, chamando-os de “merda”, configurando o crime de desacato.
E.A.S. foi detido e levado à delegacia, onde teve a prisão em flagrante decretada. Apesar da gravidade dos crimes, foi estipulada uma fiança de R$ 50 mil, valor que foi pago posteriormente, permitindo que ele responda ao processo em liberdade enquanto aguarda o andamento do caso.
O episódio gerou ampla indignação e reacendeu o debate sobre racismo e intolerância no Brasil. A experiência vivida por S.R.L. é um reflexo de comportamentos discriminatórios ainda presentes na sociedade. Além disso, o desrespeito às autoridades públicas por parte do acusado evidencia a necessidade de tratar tais crimes com seriedade e rigor.
Enquanto o processo segue em investigação, as autoridades continuam coletando depoimentos e reunindo provas para garantir que a Justiça seja feita. Este caso não pode ser reduzido a mais um episódio isolado: ele deve ser um ponto de partida para ações efetivas de combate ao racismo, à violência e ao desrespeito.
A sociedade, por sua vez, é chamada a refletir sobre o episódio e a se posicionar contra qualquer forma de preconceito e violência. Que este caso em Guarantã do Norte seja um alerta para todos: não há mais espaço para tolerar atitudes que ferem a dignidade humana. A resposta precisa ser clara e firme.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"