
“Na luta por igualdade, cada passo conta; no combate à violência, cada voz importa.”
por Daniel Trindade
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é amplamente reconhecido como um momento de reflexão sobre os avanços e desafios na luta pelos direitos das mulheres. Embora muitos acreditem que a data tenha surgido devido ao trágico incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, que vitimou cerca de 130 operárias, os verdadeiros fundamentos desta celebração são bem mais antigos e enraizados nas lutas femininas por condições melhores de trabalho e direitos sociais e políticos.
As origens do Dia Internacional da Mulher remontam ao final do século 19, período em que a Revolução Industrial impulsionou mulheres a jornadas exaustivas de até 15 horas diárias, sob salários miseráveis. Movimentos femininos, muitos deles oriundos de correntes operárias, começaram a se organizar na Europa e nos Estados Unidos. Em 1908, nos EUA, cerca de 1500 mulheres reivindicaram igualdade econômica e política em uma manifestação que marcou a celebração do primeiro Dia Nacional da Mulher. Essa data foi institucionalizada pelo Partido Socialista dos EUA em 28 de fevereiro de 1909, precedendo uma onda de greves e protestos que culminaram em uma significativa greve têxtil.
A proposta de um dia internacional da mulher foi formalizada em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, onde mais de cem delegadas de 17 países votaram a favor de uma data anual para honrar as lutas femininas e promover o sufrágio universal. A consolidação do 8 de março como um símbolo de luta ocorreu em 1917, com o protesto de cerca de 90 mil operárias russas sob o lema “Pão e Paz”, que exigiam o fim da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial e melhores condições de vida.
Ao longo dos anos, o movimento feminista ganhou força, especialmente na década de 1960, e em 1975, durante o Ano Internacional da Mulher proclamado pela ONU, e em 1977, quando a ONU oficializou a data. Em 1945, a ONU já havia reconhecido formalmente a igualdade de gêneros como princípio fundamental.
No Brasil, as lutas femininas iniciaram-se no século 20 entre grupos anarquistas, ganhando força com o movimento sufragista nas décadas de 1920 e 30, que alcançou o direito ao voto feminino em 1932. A partir dos anos 70, novas ondas de feminismo surgiram, enfocando não apenas questões trabalhistas, mas também igualdade de gêneros, sexualidade e saúde feminina. A criação de órgãos como o Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo em 1982 e a primeira Delegacia Especializada da Mulher em 1985 marcam a institucionalização dessas lutas.
Hoje, o 8 de março serve como um dia de mobilização global, não apenas para celebrar as vitórias, mas também para discutir as persistentes discriminações e violências que as mulheres enfrentam, buscando garantir que não haja retrocessos nos direitos já conquistados. Conforme destacado por Maria Célia Orlato Selem, é um momento crucial para reforçar a necessidade de avanços contínuos e vigilância constante para proteger e promover os direitos das mulheres em todo o mundo.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"