
Por Daniel Trindade
A segunda fase do vestibular 2025 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizada no último domingo, 1º de dezembro, gerou controvérsia ao incluir uma questão que associa o agronegócio ao trabalho análogo à escravidão. A questão número dois da prova solicitava aos candidatos que identificassem o mecanismo linguístico repetido em cada cena de uma charge.
Na primeira cena da charge, um trabalhador chamado Jeremias é retratado colhendo tomates sob condições descritas como análogas à escravidão. A ilustração mostra o patrão de Jeremias referindo-se a ele como “cambada” e ordenando que ele trabalhe “sem moleza”.
Além de abordar o agronegócio, a charge também faz críticas a outras profissões. A cena seguinte apresenta Javier, um boliviano trabalhando em uma lanchonete em São Paulo, sendo pressionado por seu patrão a cortar tomates rapidamente, com a frase: “E aí, Bolívia, é para hoje essa porr*”. A terceira cena da charge mostra um motoboy, responsável por entregar a comida preparada por Javier, que por sua vez utiliza os tomates colhidos por Jeremias. O destinatário final é João Vitor, um colaborador de uma startup, que, segundo a charge, se beneficia do trabalho dos outros três.
A Unicamp afirmou que não teve a intenção de ofender o setor produtivo com a questão.
Veja a questão:

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"