
No Dia das Mães, uma reflexão bem-humorada (e amarga) sobre a cidade que é mãe de todos e filha de ninguém.
por Daniel Trindade | Coluna: Ideias com Política
E agora, Sinop? Mãe de todos, filha de ninguém
Neste Dia das Mães, é impossível não lembrar dela Sinop, a mãe de todos. A cidade que acolhe, que gera empregos, que vê seus filhos crescerem e que, mesmo cheia de desafios, continua de pé, crescendo, esticando os braços para cada nova geração.
Mas Sinop é uma mãe diferente. Uma mãe atípica. Forte, mas deixada de lado. Amada nas campanhas, esquecida na rotina. Todos a chamam de sua mas poucos a assumem de verdade.
É mãe de mais de 200 mil filhos, mas parece filha de ninguém. Tem prefeito, tem secretariado, tem 15 vereadores… mas quando chora, quando precisa de cuidado, de atenção, de direção, só escuta o eco das desculpas.
E agora, Sinop?
A cada troca no comando, a sensação de abandono aumenta. Já mudaram os responsáveis pela Saúde, Obras, Trânsito e Comunicação. Agora, falam em mudar Meio Ambiente, Cultura, Governo, Finanças e pela segunda vez a direção da Comunicação. A gestão parece uma casa onde ninguém para muito tempo nos cômodos. E no meio disso tudo, a mãe-cidade segue ali, firme… e esquecida.
Tem ex-conselheiro que saiu, mas ainda manda. Tem contrato alto, aparece só de dois em dois meses, e ainda orienta decisões importantes como se fosse o dono da casa. Uma espécie de “Sogra Inconveniente” que dá palpite em tudo, mas nunca aparece pra limpar a bagunça.
E tem secretário sendo escolhido mais por laços de bastidor do que por capacidade. Um deles, dizem, já chega de olho na próxima eleição. Não quer cuidar da casa, quer usar a vitrine. Pior : já chega com brigas na família estadual, o que pode fechar portas, travar projetos e deixar a cidade fora das parcerias que realmente importam.
E agora, Sinop?
Se o prefeito já demonstra dificuldade para administrar a cidade, imagina um secretário tentando tocar uma pasta com pressão de todos os lados, sem autonomia e ainda devendo favores aos bastidores? É como colocar uma criança pra cuidar do berçário : bonito na foto, caótico na prática.
Enquanto isso, os 15 vereadores, que deveriam proteger essa mãe, se dividem entre os que tentam reagir e os que preferem o silêncio estratégico. Mas Sinop não precisa de filhos omissos. Precisa de representantes que vistam a camisa, enfrentem os ruídos e defendam a cidade como quem defende a própria mãe.
Porque Sinop não é cenário. É lar. E lar exige zelo, firmeza e direção.
E agora, Sinop?
Mãe de todos, acolhedora, resiliente… mas cada vez mais cansada de criar sozinha.
Talvez o presente que ela precise neste Dia das Mães não seja uma flor, nem um discurso emocionado. Talvez seja atitude. Compromisso. Responsabilidade.
Porque cidade grande não é só pra aparecer na foto. É pra cuidar. Sustentar. Governar.
E se ninguém a assumir de verdade, a mãe vira símbolo… e o lar, abandono.
E que seja feita a oração:
Senhor, dai juízo aos que mandam, coragem aos que fiscalizam e vergonha aos que só aparecem nas fotos. E se for pedir demais… pelo menos, Deus Salve Nossa Sinop.
Texto adaptado e inspirado no poema ” E agora José? escrito originalmente por Carlos Drummond de Andrade afinal e agora Sinop ?
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"