
“O Hospital Santo Antônio afunda em dívidas, trabalhadores são lesados e a diretoria se esconde. Até quando a impunidade vai ditar as regras?”
Por Daniel Trindade
A crise financeira do Hospital Santo Antônio, administrado pela Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, atinge um novo patamar com a revelação de que a instituição acumula mais de R$ 30 milhões em dívidas trabalhistas reconhecidas pela Justiça do Trabalho. O histórico de calotes, que já prejudicou diversos trabalhadores, escancara a falta de gestão e compromisso com aqueles que dedicaram anos de trabalho à instituição e agora precisam recorrer à Justiça para receber o que lhes é de direito.
A Secretaria de Apoio à Efetividade da Execução do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT) está realizando pagamentos para ex-funcionários do hospital que venceram na Justiça, por meio do processo 0000033-53.2016.5.23.0037. Entretanto, a liberação desses valores vem acompanhada de um duro golpe : os trabalhadores que aceitarem abrir mão de 30% do crédito original poderão receber o dinheiro com prioridade, enquanto os demais permanecerão em uma fila de espera que pode levar até seis anos para ser concluída.
Até o momento, 58 ex-colaboradores manifestaram interesse nesse deságio e já receberam seus créditos. No entanto, essa situação evidencia o tamanho da crise que há anos assola o hospital e a irresponsabilidade da gestão, que transformou o pagamento de direitos básicos em uma negociação desvantajosa para quem já foi prejudicado.
O Plano Especial de Pagamento Trabalhista (PEPT), recurso utilizado para garantir que grandes devedores possam pagar suas dívidas de maneira parcelada, foi aprovado recentemente pelo TRT/MT e prevê o pagamento das execuções até novembro de 2023. A medida, que visa evitar a falência da instituição, não muda a realidade preocupante dos trabalhadores, que continuam sem garantias concretas sobre quando e como receberão seus direitos de forma integral.
As parcelas iniciais desse acordo são de R$ 594 mil por mês, sendo metade destinada aos credores que aceitarem o desconto de 30%. O restante será repassado conforme uma ordem de prioridade, que coloca idosos e pessoas com doenças graves à frente na fila. Depois, os trabalhadores com valores abaixo de R$ 5 mil serão pagos, seguidos pelos que possuem montantes superiores.
Fora as ações já em andamento, ainda há os acordos da recente paralisação dos trabalhadores, bem como os pagamentos e indenizações das demissões por justa causa, aplicadas como forma de perseguição àqueles que participaram da paralisação . Diversos ex-funcionários já ingressaram na Justiça para reverter as dispensas arbitrárias e buscar reparação por danos morais. O hospital, além de acumular dívidas milionárias, agora responde a uma nova leva de processos trabalhistas que podem agravar ainda mais sua crise financeira.
A situação expõe, mais uma vez, a falta de transparência e o descaso na administração do Hospital Santo Antônio. O acúmulo dessas dívidas não aconteceu da noite para o dia, e o modelo de gestão falho tem se perpetuado, colocando em risco não apenas os direitos dos trabalhadores, mas também a qualidade dos serviços prestados à população.
Diante desse cenário, cresce a preocupação sobre o real destino do hospital e se a instituição conseguirá manter suas atividades sem recorrer a medidas extremas, como decretar falência para escapar das obrigações financeiras. Rumores já circulam entre os corredores do hospital sobre essa possibilidade, levantando questionamentos sobre o futuro dos colaboradores e dos serviços prestados à comunidade.
Enquanto isso, os trabalhadores seguem enfrentando a incerteza de quando receberão o que lhes é devido. O descumprimento sistemático das obrigações trabalhistas coloca em xeque a credibilidade da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, que nunca se manifesta publicamente sobre as seguidas crises e mantém seus diretores longe dos holofotes.
O que fica cada vez mais evidente é que o Hospital Santo Antônio não é apenas um caso isolado de problemas financeiros, mas sim um reflexo de uma administração marcada pela desorganização, falta de planejamento e total desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Os mais de R$ 30 milhões em dívidas trabalhistas são a prova concreta de que o hospital está mergulhado em um caos administrativo sem precedentes, e a população precisa cobrar respostas antes que a situação se torne irreversível.
O Portal Deixa Que Eu Te Conto seguirá acompanhando essa situação e cobrando transparência por parte da administração do hospital. Afinal, quem irá garantir que essa crise não continue se repetindo? E até quando os trabalhadores terão que pagar o preço da má gestão?
O espaço permanece aberto para a diretoria da fundação se manifestar, essa matéria tem como fonte o portal da justiça do trabalho conforme segue o link abaixo :

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"