
“Enquanto Sinop se prepara para um salto em infraestrutura habitacional, é crucial que o progresso não deixe o comércio local à sombra, mas ilumine todos os cantos da economia da cidade.”
da Redação
Sinop, MT — A Construtora Pacaembú anunciou planos para um ambicioso projeto de construção de 1.645 casas populares em Sinop, representando um investimento de R$ 400 milhões. Apesar do potencial benefício em atender ao déficit habitacional da cidade, preocupações surgem quanto ao impacto econômico local, especialmente sobre o comércio de materiais de construção da região.
A Associação Comercial e Empresarial de Sinop (ACES) está à frente das discussões sobre essas implicações. Fábio Migliorini, presidente da ACES, destaca que, apesar dos benefícios sociais do empreendimento, o modelo de negócios atual favorece a aquisição de materiais de construção de fornecedores de fora do estado. “Embora seja uma iniciativa louvável pela perspectiva social, o formato do negócio não favorece o comércio local, que sofre com a diferença significativa na alíquota do ICMS em comparação com outros estados”, explica Migliorini.
Segundo ele, essa diferença de impostos faz com que os produtos locais sejam até 20% mais caros do que os de fornecedores de outros estados, onde a alíquota do ICMS pode ser tão baixa quanto 5%. Essa disparidade faz com que grandes construtoras como a Pacaembu optem por comprar fora do Mato Grosso, o que afeta negativamente os comerciantes locais e reduz a arrecadação de impostos estaduais.
Migliorini também aponta que, além dos materiais, até mesmo a mão de obra frequentemente vem de fora, exacerbando o problema. A ACES já iniciou diálogos com a Federação do Comércio de Mato Grosso, a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Sinop (SEDEC), além de conversas com vereadores e mobilização de deputados estaduais, buscando alternativas para aumentar a competitividade do comércio local.
Entre as soluções propostas está a criação de uma alíquota de ICMS diferenciada para esses grandes empreendimentos, seja por meio da redução de impostos para as empresas locais ou pela imposição de taxas adicionais sobre construtoras que optam por insumos externos. A ideia é nivelar o campo de jogo, permitindo que os comerciantes de Mato Grosso tenham condições mais justas para competir por contratos com grandes construtoras.
Este projeto habitacional destaca a necessidade urgente de políticas que não apenas promovam o desenvolvimento econômico, mas que também protejam e estimulem os negócios locais. As próximas etapas das negociações e as medidas que serão adotadas pelo governo local e pelos empresários serão cruciais para definir o futuro econômico da região e a viabilidade de projetos semelhantes.
com informações do GC Notícias

Redação
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