“Uma nova era no trabalho, a PEC 6×1 propõe mais tempo para a vida e menos para o desgaste, mas será que o Brasil está pronto para essa mudança?”
por Daniel Trindade
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou recentemente uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere uma mudança significativa na jornada de trabalho dos brasileiros, substituindo o atual esquema 6×1 (seis dias de trabalho com um de folga) pelo modelo 4×3, onde os trabalhadores teriam quatro dias de trabalho e três de descanso. Lançada em 1º de maio, a PEC 6×1 visa alterar o artigo 7º da Constituição para que a jornada regular de trabalho não ultrapasse oito horas diárias e 36 horas semanais, com a possibilidade de compensação de horários e ajuste por acordo coletivo.
Hilton justifica a proposta afirmando que o modelo 6×1 é desgastante, pois “tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro emprego ou até mesmo de se qualificar para um emprego melhor.” A parlamentar ainda defende que a redução da jornada, mantendo o salário e os benefícios atuais, poderia aumentar o consumo, compensando o tempo reduzido de trabalho.
A proposta gerou ampla repercussão nas redes sociais e no meio político, com opiniões divididas. Por um lado, há quem acredite que a mudança beneficiaria o bem-estar e a saúde mental dos trabalhadores, proporcionando mais tempo para atividades pessoais e familiares. Por outro, críticos afirmam que a jornada 4×3 poderia afetar a produtividade das empresas e, possivelmente, pressionar a inflação, além de criar desafios para setores que demandam alta disponibilidade de mão de obra.
Até o momento, a proposta já conta com 79 das 171 assinaturas necessárias para tramitar oficialmente no Congresso Nacional. Entre os principais apoiadores estão parlamentares do PT e do PSOL, que lideram as assinaturas. A proposta precisa do apoio de um terço dos deputados, além de aprovação em comissões e nos plenários da Câmara e do Senado, com dois turnos de votação em cada casa.
Erika Hilton destaca que a proposta tem avançado rapidamente devido à pressão nas redes sociais e à articulação dentro do Congresso. “É comum PECs demorarem anos para conseguir as 171 assinaturas necessárias. Em menos de seis meses, já estamos próximos da metade desse número”, afirmou a deputada.
Os debates em torno da PEC 6×1 ilustram uma mudança nas pautas trabalhistas no Brasil, que busca equilibrar as exigências econômicas com o bem-estar dos trabalhadores. O avanço ou não dessa proposta no Congresso Nacional dependerá do apoio político e do impacto que ela causará na sociedade, especialmente no setor empresarial e no mercado de trabalho.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"