
“Sete paralisações, décadas sem FGTS e 42 meses de vale-refeição atrasados: os trabalhadores do Hospital Santo Antônio resistem enquanto o silêncio da direção ecoa como descaso.”
por Daniel Trindade
A crise no Hospital Santo Antônio, em Sinop, atinge um novo patamar com a sétima paralisação dos colaboradores, programada para ocorrer nesta segunda-feira (27), às 18h, em frente à instituição. Os trabalhadores seguem mobilizados em busca de direitos básicos que, segundo eles, vêm sendo ignorados pela administração. Entre as principais reivindicações estão o pagamento de 42 meses de vale-refeição, que somam aproximadamente R$ 14 mil para cada trabalhador, o depósito do FGTS que há décadas não é realizado, além dos valores retroativos referentes ao piso da enfermagem.
Os colaboradores relatam exaustão e indignação com a falta de diálogo por parte da direção do hospital. Mesmo após sete paralisações e inúmeras tentativas de negociação, a administração do Hospital Santo Antônio não apresentou qualquer proposta ou cronograma para regularizar as pendências trabalhistas. A ausência de respostas reforça o clima de descontentamento e desamparo entre os profissionais que, além de lidarem com a sobrecarga no ambiente de trabalho, enfrentam dificuldades financeiras severas devido ao não cumprimento das obrigações patronais.
“É uma vergonha que uma instituição como o Hospital Santo Antônio, que depende de recursos públicos e convênios particulares, trate seus profissionais dessa maneira. Estamos há décadas sem FGTS, meses sem vale-refeição, e os retroativos da enfermagem sequer são mencionados. Não podemos mais tolerar tamanho descaso”, desabafou um colaborador que preferiu não se identificar.
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Mato Grosso (SINPEN), que representa os trabalhadores na mobilização, reforçou que as paralisações são um direito garantido por lei e que o movimento não irá cessar até que a direção do hospital se comprometa com soluções concretas. O presidente do sindicato, Arlindo César Ferreira, destacou a gravidade da situação e criticou a falta de compromisso da instituição. “Os trabalhadores estão em uma luta legítima. Não é possível que, mesmo diante de tantas mobilizações, a direção do hospital permaneça em silêncio absoluto. Esse descaso é inaceitável e precisa ser enfrentado com firmeza”, afirmou.
A mobilização também chama a atenção para a necessidade de fiscalização e intervenção por parte das autoridades competentes. Os trabalhadores exigem transparência na gestão dos recursos do hospital, que recebe repasses públicos e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de convênios particulares como a Unimed. A falta de prestação de contas e o desrespeito às leis trabalhistas levantam questionamentos sobre a gestão da instituição e o impacto na qualidade dos serviços prestados à população.
Até o momento, a direção do hospital não se manifestou sobre a possibilidade de negociação ou sobre as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores. O espaço segue aberto para que a administração do Hospital Santo Antônio apresente seu posicionamento e esclareça as medidas que serão tomadas para solucionar a crise.
Enquanto isso, os colaboradores permanecem mobilizados, firmes na luta por seus direitos e pela valorização de sua dedicação diária à saúde da comunidade. A sétima paralisação simboliza não apenas a resistência dos trabalhadores, mas também a urgência de respostas e ações efetivas que ponham fim a essa situação crítica.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"