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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu nesta quinta (3) a presidência temporária do Mercosul pelos próximos seis meses, após receber o cargo ocupado pelo líder argentino Javier Milei. Ambos são opositores e chegaram a trocar farpas no passado, mas se cumprimentaram com sorrisos e um caloroso aperto de mão ao chegarem ao Palácio San Martin, em Buenos Aires, onde ocorre a cúpula do bloco comercial.
Lula assumiu o comando do Mercosul com uma crítica velada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por promover “guerras comerciais” no mundo. Para ele, o bloco sul-americano é um “refúgio” para o mundo se sentir seguro.
“Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros. Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar. […] Nossa tarifa externa comum nos blinda contra guerras comerciais alheias”, disse.
Lula ressaltou que as três décadas de existência do Mercosul criaram “bases sólidas” que levaram à criação de uma área de livre comércio baseada em “regras claras e equilibradas”. Isso, na sua visão, gerou uma “robustez institucional” que mostra ao mundo os países como “parceiros confiáveis”.
A fala foi semelhante à adotada em discursos que faz sobre o Brics, em que coloca o chamado Sul Global como um contraponto ao que seria uma política unilateral adotada pelos Estados Unidos. O que, ainda emendou Lula, pode levar o Mercosul a também se colocar em uma posição multilateral durante sua presidência temporária.
“Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado. A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar no novo tabuleiro global”, pontuou.
Apesar de não detalhar os objetivos políticos internacionais no período em que presidirá o bloco, Lula celebrou os acordos encaminhados até o momento, como o da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e com a União Europeia, que ele espera assinar até o fim de sua gestão. Este, no entanto, ainda enfrenta resistência de países europeus – principalmente a França que ele pediu ao presidente Emmanuel Macron para “abrir o coração” e aceitar a parceria.
Mercosul deve olhar para a Ásia, diz Lula
Lula ainda citou a expectativa de avançar em tratativas comerciais com o Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá e República Dominicana, atualizar os acordos com a Colômbia e o Equador, e aprofundar a relação com a Ásia, que ele classificou como “centro dinâmico da economia mundial”.
“É hora de o Mercosul olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial. Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia. A circulação de bens e serviços depende de infraestrutura adequada”, ressaltou o presidente citando projetos logísticos que já recebem investimentos chineses ou que estão na mira do país.
O olhar para a China em crítica aos Estados Unidos, no entanto, pode esbarrar principalmente em possíveis resistências de Milei, aliado de Trump e que já ameaçou retirar a Argentina do bloco.
Mais informações em instantes.
Gazeta do Povo
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