
“Enquanto alguns estendem a mão para proteger, outros cruzam a linha da crueldade, ignorando os direitos dos animais e as leis que os defendem.”
por Daniel Trindade
Uma situação preocupante tomou conta de grupos de WhatsApp em Sinop, onde um empresário do ramo de internet fez ameaças explícitas de envenenar um gato que circulava próximo à sua residência em um condominio de luxo. Em mensagens divulgadas, o empresário afirmou que colocaria “petiscos com veneno” e sinalizaria o local com placas de aviso, isentando-se de qualquer responsabilidade caso o animal fosse envenenado.
As declarações geraram revolta e discussões entre os moradores da cidade. Alguns participantes tentaram argumentar, explicando que o gato, possivelmente abandonado ou sem dono, não tem culpa da situação e sugeriram soluções mais humanitárias, como buscar apoio de ONGs ou órgãos responsáveis. No entanto, as mensagens do empresário demonstraram uma atitude de desrespeito às leis e à vida animal.
É importante destacar que maus-tratos a animais, incluindo atos como envenenamento, configuram crime no Brasil. A Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020), que alterou a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda do animal para quem praticar atos de crueldade contra cães e gatos. O crime é inafiançável, demonstrando a gravidade com que o ordenamento jurídico trata esse tipo de conduta.
A situação também expõe a falta de políticas públicas locais voltadas à proteção e manejo responsável de animais abandonados ou de rua. Sinop, como muitas cidades brasileiras, enfrenta desafios em relação ao controle populacional de animais e à criação de alternativas como abrigos, campanhas de castração e incentivo à adoção. A ausência dessas iniciativas frequentemente leva a conflitos em comunidades e, em casos extremos, a atitudes cruéis e ilegais como a demonstrada pelo empresário.
Além de ser moralmente condenável, a utilização de veneno para lidar com animais representa um risco à saúde pública, já que substâncias tóxicas podem afetar outros pets, a fauna local e até mesmo crianças. Situações como essa reforçam a necessidade de conscientização e ações preventivas por parte do poder público e da sociedade civil.
Agora, é esperado que as autoridades locais sejam acionadas para investigar o caso e aplicar a lei de forma rigorosa, garantindo que a ameaça não seja concretizada e que o respeito à vida animal seja mantido. A Lei Sansão não deixa dúvidas: atos de crueldade contra animais não têm espaço em uma sociedade que preza pela ética e pela justiça.
Enquanto muitos empresários da região apoiam e investem em causas de proteção animal, promovendo iniciativas de adoção e cuidado responsável, outros sequer respeitam os direitos básicos dos animais. Atitudes como essa mostram a importância de educação e rigor na aplicação das leis para garantir uma convivência mais ética e harmoniosa entre humanos e animais.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"