
Newton de Calasans Júnior, ex-delegado seccional de Assis (SP), é sentenciado por crimes sexuais; Estado de São Paulo também é responsabilizado
Por Daniel Trindade, do Portal Deixa Que Eu Te Conto
O delegado Newton de Calasans Júnior, da Polícia Civil de São Paulo, foi condenado por importunação sexual contra duas servidoras. A decisão foi tomada pela 3ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinou que cada vítima receba uma indenização de R$ 1 milhão, a ser paga solidariamente pelo delegado e pelo Estado de São Paulo.
Os abusos ocorreram entre 2014 e 2019 na delegacia de Assis, cidade localizada a 437 km da capital paulista. Durante esse período, Calasans Júnior, que ocupava o cargo de delegado seccional, utilizou sua posição de autoridade para cometer os abusos. A sentença descreve que ele beijou uma das vítimas na boca sem consentimento e tocou nos seios e nádegas das servidoras.
Após a denúncia, as vítimas enfrentaram um ambiente de trabalho hostil. Relatos indicam que os pneus dos carros das servidoras foram esvaziados no estacionamento da delegacia, e elas foram alvo de comentários maldosos por parte de colegas. Além disso, as denunciantes foram submetidas às piores escalas de plantão e deslocadas para cobrir férias de colegas em outras cidades.
Uma das vítimas relatou ao UOL que Calasans Júnior tocava os corpos das mulheres “inapropriadamente” ao cumprimentá-las com abraços. “Ele dava beijo babado, era sempre muito estranho esse contato com ele”, afirmou. A segunda vítima destacou as represálias sofridas após a denúncia, incluindo vandalismo nos carros e comentários depreciativos dos colegas.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que não compactua com desvios de conduta de seus agentes e que a Corregedoria está aberta para investigar denúncias. A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP) informou que ainda não foi intimada da decisão.
A sentença destaca a gravidade dos atos cometidos pelo delegado, que sugeriu favores sexuais em troca de aprovação no estágio probatório de uma das vítimas. Frases como “quero saber qual das três vai dar para mim primeiro” ilustram a torpeza do comportamento de Calasans Júnior. O juiz determinou que, além das indenizações, as despesas médicas de tratamento psicológico e psiquiátrico das vítimas sejam cobertas.
A condenação de Newton de Calasans Júnior e a responsabilização do Estado de São Paulo são passos importantes na busca por justiça e proteção às vítimas.
com informações do UOL

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"