Nesta safra, a produção total de etanol (cana e milho) no Estado bateu recorde, com 5,72 bilhões de litros
O Bioind MT (Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso) e o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgaram balanço da safra 2023/24 de cana-de-açúcar e milho no Estado, um dos maiores produtores de etanol e derivados bioenergéticos.
Nesta safra, a produção total de etanol (cana e milho) em Mato Grosso bateu recorde, atingido 5,72 bilhões de litros, um aumento de 32% em relação ao período anterior (4,34 bilhões de litros).
Este é o maior percentual de crescimento anual da produção de etanol já registrado no Estado.
Com este resultado, Mato Grosso alcança, pela primeira vez, a vice-liderança na produção nacional de etanol, atrás apenas de São Paulo.
Quando se trata apenas de etanol de milho, o Estado já é o maior produtor do Brasil.
PRODUÇÃO – O crescimento da produção total de etanol foi resultado do aumento da capacidade produtiva das usinas (ampliação e nova planta), além da melhor performance das indústrias no Estado.
O índice de rendimento industrial para milho e cana foi recorde nesta safra.
Do total de etanol produzido na safra 2023/24, 4,54 bilhões de litros vieram do milho; e 1,18 bilhão de litros da moagem de cana.
Deste volume, 3,73 bilhões de litros foram de etanol hidratado (biocombustível que vai direto para as bombas), e 1,99 bilhão de litros de anidro (produto que é adicionado à gasolina).
“Com esse resultado, Mato Grosso se consolida como um dos grandes polos da bioenergia no Brasil, a indústria do futuro sustentável e da transição energética, e um dos motores do desenvolvimento econômico nacional nas próximas décadas”, afirma o presidente do Bioind MT, Silvio Rangel.
Para a próxima safra (2024/25), a expectativa do Imea é que a produção total de etanol alcance 6,30 bilhões de litros, um acréscimo de 10,03% em relação ao realizado nesta safra.
Deste volume, 5,207 bilhões de litros devem vir do milho e 1,088 bilhão, da cana.
“Estamos falando de uma indústria que hoje traz, pelo menos, quatro importantes benefícios para o país. Produz biocombustíveis e óleo de milho; fornece fertilizantes e proteína vegetal para alimentação animal e levedura; emite créditos de carbono; e gera energia elétrica a partir de resíduos. É um setor onde tudo é reaproveitado e produz renda, gera empregos e aumenta a arrecadação de impostos”, completa Rangel.
Hoje, Mato Grosso tem 18 indústrias de etanol e outras quatro podem iniciar operação nos próximos anos.
O Estado também concorre para ter a primeira indústria de etanol carbono negativo do mundo, por meio da tecnologia de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono), que está sendo desenvolvida em indústrias instaladas no Estado.
MILHO – Na safra 2023/24, o Mato Grosso produziu 43,8 milhões de toneladas de milho, responsável por 38% da safra nacional.
Neste período, a moagem de milho também foi recorde, 10,11 milhões de toneladas, um crescimento de 37,86%, o maior percentual de crescimento anual já registrado no Estado.
O mesmo para a produção de etanol, cujo crescimento foi de 38,40% em relação ao período anterior.
“As usinas de etanol de milho mudaram a relação da oferta e demanda estadual do cereal, desempenhando um papel importante na sustentação do consumo desse produto e dando suporte para o crescimento da produção mato-grossense de milho”, explica a gestora de desenvolvimento regional do IMEA, Vanessa Gasch.
O índice de rendimento industrial na produção de etanol foi de 449,27 litros/tonelada de milho.
Hoje, Mato Grosso responde por 72,03% da produção nacional de etanol de milho, que foi de 4,54 bilhões de litros.
Outro destaque nesta safra foi o DDG (Grãos Secos de Destilaria), um coproduto do etanol de milho utilizado na alimentação animal.
A produção de DDG foi de 2,12 milhões de toneladas, contra 1,6 milhão de toneladas no período anterior.
Os principais mercados do DDG mato-grossense foram o de Minas Gerais (31,4%), seguido por São Paulo (14,7%), Paraná (12,6%), Goiás (11,6%) e Mato Grosso do Sul (10%), além do próprio consumo interno (35,5% da produção).
CANA-DE-AÇÚCAR – A moagem da cana teve aumento de 10,6%, totalizando 17,65 milhões de toneladas, o mesmo volume da safra recorde no Estado registrado na temporada 2019/20.
Nesta safra, o rendimento industrial na produção de etanol em Mato Grosso atingiu 100 litros/tonelada, o maior desde o início da série histórica.
Da safra 2023/24, 12,08 milhões foram destinados a produção de etanol e 5,57 milhões tiveram como destino a produção de açúcar.
A produção de açúcar atingiu o recorde de 537,7 mil toneladas, volume 7% superior à safra anterior.
Dentre os motivos para esse movimento, está a menor oferta de açúcar no mercado internacional, limitado em função da quebra de safra da cana em países asiáticos, como Índia e Tailândia, o que estimulou os preços no mercado mundial e a demanda pelo produto produzido no Brasil.
Este cenário fez as exportações de açúcar mato-grossense registrarem o maior volume desde 2009, segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex).
Fonte ?: Diário de Cuiabá
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"