Com a chegada do período de chuvas, é esperado o aumento dos casos de dengue em Mato Grosso, por conta da proliferação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. Segundo o Ministério da Saúde, os casos em todo o Brasil aumentaram 15,8% em 2023 em relação ao ano passado, sendo que as ocorrências passaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão este ano.
Apenas em Mato Grosso, já foram registradas 21 mortes confirmadas, em decorrência da doença, sendo que, ao todo, foram notificados 44.612 casos até o final de novembro. Os dados são do Informe Epidemiológico nº 17, elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
“Já é esperado o aumento do número de casos em Mato Grosso, pois os focos aumentam, e aí mais do que nunca, lembrando os gestores municipais da necessidade de fazer a prevenção, diminuir os focos de desenvolvimento das larvas e ouvir a dona Aede né”, disse o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, nesta segunda-feira (11).
O gestor fez referência à veiculação da campanha de conscientização sobre a dengue, que é transmitida diariamente nas emissoras mato-grossenses. Dona Aede é a personagem que alerta sobre a importância do combate aos criadouros de larvas do mosquito da dengue, que se concentram em locais com água parada.
“Ela está o tempo inteiro na televisão, alertando a população para o problema da dengue. É um esforço coletivo de todos para combater isso, então há necessidade sim, não é apenas uma obrigação de gestores, mas a população fazer o enfrentamento para diminuir o número de casos que pode inclusive gerar óbito”, afirma Figueiredo.
O secretário reforçou que o Estado tem feito sua parte, com atenção redobrada da equipe de vigilância em saúde, pois o mosquito vai “se esparramando”. No entanto, ele afirma que o combate ao Aedes aegypti é uma “ação de saúde primária”.
“É uma atribuição municipal, e a antecipação e prevenção é o que o governo tem defendido há meses. Nós tratamos desse assunto muitos meses, então, todo mundo sabe que prevenir é o melhor caminho, diminuir os focos é o melhor caminho. A ação educativa da população é o melhor caminho, infelizmente chega o período chuvoso, esses fatos acontecem e a gente tem que trabalhar agora com os efeitos colaterais disso. Mas o Governo tem orientado de forma preventiva há muito tempo sobre esse episódio”, finalizou.
Combate aos focos de mosquito
O Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA), elaborados pelo Ministério da Saúde, indicam que durante 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue foram encontrados nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos).
Os números mostram ainda que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço, cacimba, cisterna) aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%. Ainda segundo o Ministério da Saúde, a projeção de aumento dos casos de dengue no próximo verão brasileiro se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensos, possíveis efeitos do El Niño, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outro agravante é o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.
“Com as mudanças climáticas, altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Por esse motivo, é preciso o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada. As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina. O Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana”, diz a Pasta.
FONTE : OLHAR DIRETO
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"