“A Submissão da Câmara Municipal de Sinop : Um Golpe à Democracia Local”
Por Daniel Trindade | Portal de notícias Deixa Que Eu Te Conto
Nos bastidores da política municipal de Sinop (MT), a Casa Legislativa, outrora palco da representatividade popular, transformou-se em um local onde as decisões e as vontades do prefeito se realizam. Onde antes ecoavam vozes distintas em prol da comunidade, hoje ressoa o eco de uma submissão indigna, em que os interesses do povo são relegados a segundo plano.
A Câmara Municipal dos Vereadores, antes era o símbolo da democracia local, tornou-se um puxadinho do Executivo, submetendo-se a um jogo de interesses obscuros que alienam e prejudicam a população.
Neste triste cenário, os representantes do povo perderam sua voz, sua independência e, sobretudo, sua integridade. Em vez de fiscalizar e legislar de forma autônoma, os vereadores dobraram-se à vontade do prefeito, abrindo mão de sua obrigação primordial: servir como contrapeso ao poder executivo e defender os interesses daqueles que os elegeram.
As consequências dessa submissão são profundas e nefastas para a comunidade. Projetos de lei são aprovados sem a devida análise, contratos duvidosos passam ilesos sem qualquer critério de análise daqueles que defendem de unhas e dentes a gestão, e o dinheiro público é usado e jogado fora sem escrúpulos. Enquanto isso, a população é relegada ao esquecimento, vendo suas necessidades serem ignoradas em prol de acordos políticos.
A democracia local é menosprezada quando a Casa Legislativa se torna refém do poder executivo. A pluralidade de ideias, tão fundamental para o processo democrático, é sufocada, e a confiança dos cidadãos na política desmorona. Afinal, como acreditar em representantes que priorizam interesses partidários em detrimento do bem-estar coletivo?
Hoje (27) durante a 8ª sessão da câmara ficou nítida toda essa fala descrita acima, durante a votação do Projeto de Lei Complementar nº 002/2024, que dispõe sobre a Estrutura Administrativa do Município de Sinop, bem como implanta princípios e métricas de otimização e aumento da eficiência da Administração Pública Municipal, e dá outras providências, que foi encaminhado pelo prefeito Roberto Dorner (Republicanos) para votação em caráter de urgência, isto é foi direto para plenário sem passar pelas comissões parlamentares. Este projeto é oriundo de uma consultoria efetuada pela FGV e que custou aos cofres públicos R$ 850.000,00, entretanto a minuta apresentada pelo chefe do executivo para votação é plagiada de um município do litoral paulista conforme já noticiado pelo nosso portal de notícias.
Embora a falha grotesca no projeto, embora o descontentamento dos servidores públicos municipais com a falta de negociação coletiva com a gestão municipal e insatisfação com a contratação da FGV, fato que culminou com uma paralisação geral na última terça-feira (19), fato é que, a maioria dos vereadores na sessão de hoje desconsiderou os fatos apontados e aprovou em primeira votação, um projeto que prejudicará os servidores públicos. Vereadores estes, que outrora disseram que não seria aprovado nenhum projeto que fosse prejudicial aos servidores e a população, demonstrando com isso que o compromisso deles é manter o bom relacionamento com o Chefe do Executivo municipal, o interesse coletivo e o não desperdício de dinheiro público foram esquecidos. Os contribuintes de Sinop com o aval da maioria dos vereadores pagaram R$ 850.000,00 numa minuta de lei plagiada de um local que nada tem a ver com a realidade da administração pública sinopense e que ainda prejudicará o servidor, que e quem presta o serviço público a população.
É chegada a hora de resgatar a essência da democracia local, devolvendo à Câmara Municipal dos Vereadores sua autonomia e sua dignidade. Os vereadores devem lembrar-se de que são eleitos para representar o povo, não para servir aos caprichos do prefeito. Somente assim poderemos reverter o quadro de submissão e restabelecer a confiança e a esperança de uma sociedade que clama por uma política verdadeiramente transparente e comprometida com o bem comum. Enquanto isso não acontecer, quem perde é sempre a população.
Votaram pela aprovação do projeto :
Paulinho Abreu (PL)
Celsinho do Sopão (Republicanos)
Juventino Silva (PSB)
Célio Garcia (MDB)
Dilmair Calegari (PSDB)
Moisés Jd do Ouro (PL)
Lucinei (MDB)
Toninho Bernardes (PL)
Votaram contra o projeto :
Mario Sugizaki (Podemos)
Adenilson Rocha (PSDB)
Sergio da Eclipse (PT)
Professor Hedvaldo Costa (Republicano)
Elbio ( Patriota)
Ademir Bortoli ( Republicano)
Faltou na sessão :
Allan Marca (Solidariedade)
RELEMBRE: