
Judoca de 26 anos vence israelense Raz Hershko e garante a 27ª medalha do judô brasileiro em Jogos Olímpicos
Por Daniel Trindade do Portal de Notícias Deixa Que Eu Te Conto
Beatriz Souza, estreante em Olimpíadas, conquistou nesta sexta-feira (2) a primeira medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris. A atleta de 26 anos venceu Raz Hershko, de Israel, e foi elevada ao topo do pódio, garantindo a 27ª medalha do judô brasileiro em Jogos Olímpicos e a terceira em Paris. Desde Los Angeles-1984, o judô traz ao menos uma condecoração olímpica para o Brasil.
Trajetória em Paris
Cabeça de chave da competição, Beatriz Souza estreou diretamente nas oitavas de final contra Izayana Marenco, da Nicarágua. O duelo latino terminou rapidamente. A atleta número 77 do ranking mundial recebeu uma punição logo aos 20 segundos. Pouco depois, com 41 segundos de combate, a paulista de Itariri encaixou um Harai-goshi (virada de quadril) e conseguiu um ippon para encerrar a luta.
Nas quartas de final, Beatriz enfrentou Hayun Kim, da Coreia do Sul, que venceu o bronze no último Mundial. A luta começou estudada, quase sem contato relevante entre as judocas. Ambas receberam punição aos 46 segundos de luta, algo que se repetiu aos 2m02. O duelo contra a número 4 do ranking foi para o golden score. Com 9 segundos no tempo extra, a arbitragem marcou um ippon para a asiática, mas a decisão foi revertida pelos árbitros de vídeo para um wazari a favor da brasileira, que venceu a luta.
Na semifinal, Beatriz Souza não se deixou abalar pela pressão e foi segura durante todo o combate. Venceu a número 1 do mundo, Romane Dicko, na casa dela, impulsionada por uma arena lotada com 8.000 espectadores. Aos 29 segundos, Bia recebeu uma punição por impedir a luta, mas aos 2m02 foi a vez de Dicko receber um shido por falta de combatividade. O duelo seguiu acirrado, mas a brasileira conseguiu implementar sua pegada. Aos 37 segundos do golden score, a número 6 do mundo aplicou um Kesa-gatame e imobilizou a francesa.
Quem é Bia Souza?
Nascida em Itariri, interior de São Paulo, Beatriz Souza era uma criança com “muita energia”. Foi colocada no esporte para acalmar, mas a primeira tentativa na natação não deu certo. Seu pai, um atleta aposentado de judô, viu a solução: levar a filha para os tatames. Bia amou e nunca mais ficou longe de um quimono. Deixou a casa dos pais aos 13 anos para tentar viver do esporte na capital São Paulo e, desde então, alcançou altos voos.
Aos 26 anos, já é uma das melhores do mundo há algum tempo. Foi medalhista nos últimos três Mundiais que disputou: uma prata (2022) e dois bronzes (2021 e 2023). Curiosamente, sua estreia nas Olimpíadas foi adiada por uma velha rival que agora é sua treinadora. Bia já estava no topo do ranking em Tóquio 2021, mas Maria Suelen Altheman também estava. Suelen, uma das maiores judocas da história do país, conseguiu a vaga para aqueles Jogos. Bia prometeu a si mesma que não sentiria novamente a decepção de não ir para uma Olimpíada.
O destino quis que Maria Suelen se tornasse treinadora no Pinheiros, clube onde Bia está. Juntas, elas realizaram o sonho de Bia de disputar as Olimpíadas e agora voltam para casa com a medalha de ouro.
Com informações do R7 e ESPN

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"