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Deccor desarticula rede que simulava concorrência em procedimentos médicos, cumpre 14 mandados e investiga apropriação de dinheiro público.
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta terça-feira (4) a Operação Fio de Aço. O objetivo é desmantelar um complexo esquema criminoso que supostamente manipulava concorrências e superfaturava procedimentos médicos pagos com recursos públicos no estado. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em sedes de empresas e residências de investigados.
As investigações tiveram início a partir de uma denúncia feita pelo Poder Judiciário, através do Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania da Saúde Pública (Cejusc). O Cejusc detectou um padrão de sobrepreço em orçamentos apresentados em processos judiciais que demandavam o custeio de procedimentos médicos pelo Estado de Mato Grosso, em diversas comarcas.
Diligências administrativas do Cejusc revelaram discrepâncias significativas nos valores propostos por empresas privadas em processos judiciais onde o Estado era obrigado a cobrir os custos. A Deccor aprofundou a apuração, identificando uma estrutura organizada que visava direcionar contratações e criar uma falsa concorrência entre empresas. Essas companhias, embora apresentassem orçamentos distintos ao Poder Judiciário, eram controladas ou gerenciadas pelo mesmo grupo de indivíduos.
O resultado do esquema criminoso, que perdurou por anos, foi o pagamento de orçamentos superfaturados via alvarás judiciais, resultando na apropriação indevida de dinheiro público. Os recursos desviados seriam oriundos de verbas destinadas ao atendimento de pacientes regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e assistidos pela Defensoria Pública.
Além dos mandados de busca por equipamentos eletrônicos e documentos, a Justiça determinou o sequestro de bens imóveis e veículos, bem como o bloqueio de bens e valores. As medidas atingem tanto as pessoas jurídicas envolvidas quanto seus sócios e terceiros supostamente ligados ao esquema.
Medidas cautelares diversas da prisão também foram impostas aos investigados. Eles estão proibidos de manter contato entre si e com testemunhas, especialmente servidores da Defensoria Pública, Ministério Público e Poder Judiciário. A proibição de se ausentar da Comarca sem autorização judicial e a exigência de entrega de passaportes foram outras determinações. Adicionalmente, as empresas e seus representantes estão impedidos de contratar com qualquer esfera da Administração Pública (federal, estadual ou municipal), especialmente em processos relacionados à saúde.
O nome da operação, “Fio de Aço”, faz uma alusão ao material comum em cirurgias, mas também se refere metaforicamente à identificação de um ponto em comum que ligava diferentes empresas do setor médico-hospitalar, incluindo algumas tidas como “fantasmas”.

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