
Ex-ministro e ex-deputado afirmou que pretende retomar mandato para pedir impeachment de ministro do STF, atribuição que é exclusiva do Senado e depende de representação da PGR.
por Daniel Trindade
O ex-deputado federal e ex-ministro da Agricultura, Neri Geller, voltou ao centro das atenções após declarar que pretende ser novamente deputado federal para, segundo suas palavras, “tirar o ministro Alexandre de Moraes”. A afirmação foi feita durante entrevista ao programa PongoNews, e gerou críticas por demonstrar desconhecimento sobre as atribuições constitucionais dos Poderes da República.
Pela Constituição Federal de 1988, apenas o Senado Federal tem competência para processar e julgar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em casos de impeachment. Além disso, esse tipo de processo só pode ser iniciado a partir de uma representação formal da Procuradoria-Geral da República (PGR), não cabendo à Câmara dos Deputados qualquer iniciativa nesse sentido.
A fala de Geller, portanto, indica equívoco jurídico e político sobre o funcionamento do sistema de freios e contrapesos entre os Poderes. O episódio reacendeu debates sobre a preparação técnica e responsabilidade institucional de ex-parlamentares que buscam retomar cargos públicos.
Neri Geller foi ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT) e secretário-executivo do Ministério da Agricultura no governo Lula, cargo do qual foi exonerado em 2024, após vir à tona uma denúncia de fraude milionária em um processo de compra internacional de arroz. O caso envolvia suspeitas de direcionamento de contratos e conflito de interesses, o que levou o governo a afastá-lo do cargo.
Desde então, o ex-deputado tem tentado se desvincular politicamente do PT e reconstruir sua imagem pública em Mato Grosso, onde pretende disputar novamente uma vaga na Câmara dos Deputados nas próximas eleições.
Com o episódio, Geller volta ao noticiário nacional, mas desta vez por um erro de interpretação sobre os limites legais do cargo que deseja ocupar. Especialistas em direito constitucional ressaltam que, ao confundir as funções da Câmara e do Senado, o ex-ministro reforça uma falha de compreensão institucional preocupante, especialmente vinda de alguém que já integrou o Congresso Nacional e exerceu cargos de destaque no Executivo.
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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Consultor Político
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"






