por Daniel Trindade / Portal de Notícias Deixa Que Eu Te Conto
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) solicitou a suspensão imediata do contrato firmado entre a Prefeitura de Ribeirão Cascalheira e a cantora Manu Bahtidão, uma das atrações principais da 9ª Queima do Alho. O pedido se fundamenta no valor exorbitante do cachê da artista, estipulado em R$ 275 mil, correspondendo a cerca de 74% do custo total do evento, avaliado em R$ 372 mil pelo Controle Interno do Município.
Além disso, o MPMT destaca que o montante acordado para o show não inclui despesas essenciais, como os direitos autorais pelo ECAD, hospedagem e alimentação para os 25 membros da banda, veículo de luxo blindado, vans para transporte, camarins, equipe de montagem e desmontagem de palco, além da estrutura técnica necessária para o espetáculo nacional.
Para o Ministério Público, o valor destinado ao show de Manu Bahtidão contrasta com a realidade local, evidenciando uma discrepância preocupante, especialmente considerando a carência de recursos enfrentada pelo município, que, inclusive, tem deixado de cumprir determinações judiciais alegando falta de verbas.
A ação protocolada na Justiça requer não apenas a suspensão do contrato com a cantora, mas também a interrupção de pagamentos e contratações adicionais relacionadas à infraestrutura do evento, como equipamentos de som, iluminação e montagem de palco. Adicionalmente, solicita que a Prefeitura de Ribeirão Cascalheira divulgue em seu site oficial o aviso de suspensão do show nacional.
A promotora de Justiça substituta, Bruna Caroline de Almeida Affornalli, argumenta que a realização do evento de grande porte, com investimentos expressivos em atrações artísticas, enquanto o município enfrenta deficiências estruturais básicas, como falta de água tratada, rede de esgoto e transporte escolar irregular, é moralmente questionável e demonstra falta de prioridades.
A representante do MPMT destaca a falta de planejamento nos gastos do evento, evidenciada pela discrepância entre o valor destinado ao show de Manu Bahtidão e o custo dos demais artistas contratados, cujo montante totaliza apenas R$ 13 mil. Diante disso, a Promotoria de Justiça de Ribeirão Cascalheira requer a devolução dos valores referentes ao contrato de Manu Bahtidão, bem como uma revisão criteriosa dos gastos públicos relacionados ao evento.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"