
“Quando a política se perde em mal-entendidos, são os direitos mais fundamentais que ficam à deriva na tempestade da ignorância.”
por Daniel Trindade
A recente declaração de Mirtes da Transterra, ex-candidata à prefeitura de Sinop, causou controvérsia ao criticar a criação da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Sinop, alegando que o projeto promove “ideologia de gêneros”. Esta afirmação veio após um período de seis meses sem envolvimento público em política, o que destaca ainda mais a repercussão de suas palavras.
O projeto de lei, proposto pela vereadora Sandra Donato, visa estabelecer a Procuradoria da Mulher como um órgão independente na Câmara Municipal, focado na promoção da igualdade de gênero e na proteção dos direitos das mulheres, incluindo o combate à violência e discriminação de gênero, e o incentivo à participação feminina na política. Essas iniciativas são essenciais para assegurar que as mulheres tenham representação e voz ativa nas decisões políticas e na criação de políticas públicas.
É importante esclarecer a diferença entre os conceitos de “igualdade de gêneros” e “ideologia de gêneros”. A igualdade de gêneros se refere ao princípio de que todos os indivíduos, independentemente de seu gênero, devem ter direitos, responsabilidades e oportunidades iguais. Não se trata apenas de tratar homens e mulheres de forma igual, mas também de adaptar medidas para alcançar resultados equitativos.
Por outro lado, a “ideologia de gêneros” é um termo frequentemente utilizado em debates políticos para descrever uma suposta tentativa de eliminar as diferenças biológicas entre os sexos ou de subverter as normas tradicionais de gênero. No entanto, este termo é amplamente considerado um argumento de má-fé usado para inflamar oposição contra avanços em direitos e reconhecimento para pessoas LGBTQIA+ e para minar esforços pela igualdade de gênero.
A atitude de Mirtes da Transterra em criticar publicamente o projeto da Procuradoria da Mulher, sob a justificativa de defender ideologias contrárias à igualdade de gênero, destaca uma desconexão preocupante com as necessidades reais de promoção de equidade e justiça social em Sinop. Ao reentrar na arena pública com uma postura polêmica após um período de silêncio, Mirtes não apenas compromete sua própria credibilidade, mas também desvia a atenção de uma iniciativa que tem o potencial de fortalecer a representatividade e proteção das mulheres na política local. Esse episódio ressalta a importância da educação e do entendimento claro sobre questões de gênero, essenciais para que líderes políticos possam contribuir de maneira construtiva e informada para o avanço da sociedade.
Conheça o projeto na íntegra:
Pauta 06ª Sessão Ordinária - 17-03-2025
Essa foi a fala da ex – candidata Mirtes:
Olá, Sinop! Vamos voltar a falar de política por aqui? Sempre bom, né? A gente tem mesmo que se envolver. E olha, essa semana a Câmara de Sinop aprovou a criação da Procuradoria da Mulher, proposta pela vereadora Sandra Donato. A ideia, segundo ela, é garantir a participação feminina, mas o assunto gerou polêmica. Dá uma olhada no trecho da fala dela na tribuna. Ficou meio confuso e deu a impressão de ser mais uma pauta de esquerda do que realmente um viés político. Espaço este institucional dedicado à promoção da igualdade de gênero, à defesa dos direitos das mulheres, à ampliação da participação feminina da mulher na política. O clima ficou tão estranho que o vereador Ademir de Bortoli, mesmo sendo favorável à proposta, precisou subir à tribuna para esclarecer as coisas. Ele destacou a preocupação de que a iniciativa sirva mais para agendas políticas. Do que de fato para proteger todas as mulheres. Quero só corrigir o projeto que foi feito, a defesa agora pela vereadora e nós fomos favoráveis que dentro do projeto não fala sobre igualdade de gênero, então nós precisamos tomar cuidado com as palavras que são colocadas aqui, senhor presidente, na defesa dos projetos. E aí, o que você acha? A vereadora diz que a procuradoria será um avanço para as mulheres de Sinop, mas será que isso vai ter o impacto real ou vai ser só mais um símbolo feminista sem resultado prático? Mulheres conservadoras, está na hora de se envolver mais na política, defender os nossos filhos, os nossos princípios e a nossa família, afinal, sejamos femininas e não feministas.
áudio extraido do vídeo divulgado.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"