As fortes chuvas que estão acontecendo no Rio Grande do Sul desde a semana passada não tem previsão de cessar. Com milhares de desabrigados e cidades inteiras alagadas, pessoas se abrigaram por mais de um dia nos telhados de suas casas à espera de socorro. O governo local decretou Estado de Calamidade Pública.
A calamidade já afeta ⅔ do Estado. Em boletim divulgado às 23h do dia 07 de maio, já são 401 cidades afetadas, o que significa que apenas 98 municípios não foram atingidos.
Até o momento, há mais de 48.000 pessoas em abrigos e o número de desalojados já passa de 159 mil(dados atualizados no boletim divulgado em 07/05 às 23h). Até a manhã de ontem (05) 265 000 pontos da capital Porto Alegre estavam com o fornecimento de energia elétrica suspenso. A informação é de uma rádio local.
Segundo a prefeitura, o número de pessoas em abrigos temporários passa de 7,5 mil na capital. O executivo pediu na manhã de hoje que os moradores economizem água. Algumas estações de tratamento estão operando com capacidade reduzida, enquanto outras estão desligadas por inundação ou falta de energia elétrica.
Já as escolas permanecem fechadas pelo menos até a próxima quarta-feira (08 de maio). A empresa pública de transportes informou que 79 vias da cidade estão completamente bloqueadas e 13 parcialmente bloqueadas. (dados atualizados de 08 de maio de 2024)
Em boletim divulgado às 23H do dia 7 o governo do estado informou que até agora o número de mortos está em 95 . Até agora 1.367.506 pessoas foram afetadas pelas consequências das fortes chuvas da última semana. (dados de 07/05 às 23h)
Na região metropolitana, uma das cidades mais atingidas foi Canoas. O município tem 348.208 habitantes segundo dados do IBGE. Dados da prefeitura dizem que até ontem (05) mais de 15 mil pessoas já haviam sido levadas para abrigos.
Ainda segundo o executivo local, 60% do município está inundado. A estimativa é que 180 mil pessoas tenham sido atingidas pela inundação. O vale do Taquari, região com cerca de 3869.201 habitantes, foi um dos mais atingidos.
O que está acontecendo neste momento no Rio Grande do Sul trata-se da pior tragédia do estado, afirmou o professor de história Thomas Giulliano em sua conta no Instagram. Giulliano é especialista em história do Brasil e está coordenando ações de ajuda aos atingidos pela inundação.
Por que choveu tão forte?
Segundo Vitor Augusto, professor do curso de Ciências Humanas e Atualidades Terra Negra, essas fortes chuvas são popularmente conhecidas como zonas de instabilidade climática. Ocorreram pelo contato entre uma massa de ar quente com uma massa de ar frio.
“O ar frio (mais denso) empurra o ar quente (menos denso) para cima, e isso faz com que o ar quente entre em contato com camadas mais altas e frias na atmosfera. Logo, a umidade presente na massa de ar quente irá produzir bastante chuva.” – disse Vitor em entrevista ao portal Brasil Paralelo
União dos gaúchos impressiona quem está na linha de frente
Em entrevista ao Portal Brasil Paralelo, a enfermeira Daniele Souza se disse tocada pela união e solidariedade do povo gaúcho. Souza está trabalhando como voluntária na linha de frente de socorro às vítimas.
Nascida em Minas Gerais e morando em Cachoeirinha há 5 anos, a enfermeira se disse tocada pelo amor com que o povo gaúcho está acolhendo as pessoas. Contou que a união e o carinho tocam o coração de quem está acostumada a viver o dia a dia da emergência.
Para ela os sorrisos que recebe de quem perdeu tudo são o mais bonito. Em meio a dor, o caos, as pessoas ainda tem amor, esperança. Não é raro ver pessoas na rua, perdidas e sem saber para onde ir. Todas são amparadas e acolhidas pelos voluntários.
“Ontem eu estava atendendo uma senhora. Ela estava trêmula e com medo. Eu tenho sempre o hábito de chamar meus pacientes pelo nome. Eu a chamei pelo nome e ela me deu um sorriso. Estava com uma cuia na mão (recipiente para chimarrão). Uma moça gentilmente se aproximou e disse: me dá aqui, vou colocar a erva e te dar água. Ela sorriu e disse: Nunca me senti tão amada. Perdi tudo, mas estou me sentindo amada.” – disse Souza.
Perguntada como se sente em presenciar toda essa situação, a resposta foi surpreendente.
“Me sinto grata a Deus por me dar a oportunidade de servir e me doar a alguém. Minha única paga são sorrisos e pessoas me agradecendo. Isso não tem preço. Posso amar quem não pode me dar nada em troca. Ouvir de uma pessoa que perdeu tudo que nunca se sentiu tão amada não tem preço” – finalizou.
O que o poder público está fazendo?
- O governo Federal informou através de comunicado do Palácio do Planalto que irá desburocratizar a liberação de verba para o estado;
- O governo Estadual está priorizando o resgate de pessoas ilhadas e o socorro das pessoas afetadas;
- Estados como Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Bahia enviaram ajuda técnica e humanitária para o RS.
Como ajudar de longe?
Sabemos que cada um de nós gostaria de ajudar. Para quem está distante isso pode ser feito através de doações.
Caso queira ajudar financeiramente, algumas instituições da nossa confiança estão fazendo ações de recolhimento dessas doações. São elas:
– Banco de Alimentos (pix 04580781000191);
– Instituto Floresta (pix 27631481000190); https://www.sosvale.com.br
– Federasul (pix [email protected])
Fonte : Brasil Paralelo
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"