
Por Daniel Trindade
Alice Terezinha Artuso, ex-servidora da Justiça de Mato Grosso e atualmente comissionada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), está sob investigação em um esquema de venda de decisões judiciais. Durante uma operação da Polícia Federal, uma porção de cetamina foi encontrada entre seus pertences, o que levou à sua condução para esclarecimentos. A substância foi encaminhada para perícia.
Alice, que ocupa o cargo de gerente de manutenção e serviços gerais na ALMT com um salário de R$ 9,3 mil, teve seu envolvimento no esquema investigado pela Operação Sisamnes, deflagrada por ordem do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação investiga o uso de dinheiro obtido ilegalmente para a compra de imóveis e veículos.
Apesar de ser alvo da operação, detalhes sobre sua participação específica no esquema ainda não foram divulgados. A operação também resultou no afastamento de servidores do Poder Judiciário, proibição de contatos e viagens internacionais, e bloqueio de R$ 1,8 milhão em bens dos investigados, além do sequestro de imóveis de um magistrado.
A Operação Sisamnes já havia afastado os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT) por suspeitas de vender decisões judiciais. Em novembro, a primeira fase da operação levou à prisão do lobista Andreson Gonçalves, apontado como intermediário no esquema.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) declarou estar ciente das investigações e à disposição para colaborar. A Polícia Federal continua a apurar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e vazamento de informações sigilosas.
As investigações, iniciadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelaram que desembargadores recebiam vantagens financeiras para favorecer decisões judiciais. O caso ganhou notoriedade após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, suspeito de ser parte do esquema, o que intensificou as investigações sobre o envolvimento de figuras do judiciário.
A morte de Zampieri, ocorrida em frente ao seu escritório, levantou suspeitas de que disputas judiciais envolvendo propriedades avaliadas em R$ 100 milhões em Paranatinga motivaram o crime. A Polícia Civil investiga a possibilidade de um mandante ter ordenado o assassinato devido a suspeitas de aproximação entre Zampieri e um desembargador envolvido no caso.

Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"