
Foto: EFE/EPA/FABIO FRUSTACI
Com a morte de Francisco, o Vaticano dá início aos ritos para a despedida do primeiro papa nascido nas Américas.
Por tradição, cabe ao cardeal camerlengo (um alto funcionário da Santa Sé, atualmente, o cardeal irlandês Kevin Farrell, que foi nomeado para a função por Francisco em 2019) confirmar a morte do pontífice, de forma apenas cerimonial, já que o óbito já terá sido atestado pelos médicos.
O ritual prevê que o camerlengo chame o papa pelo nome de batismo, que no caso de Francisco é Jorge Mario Bergoglio. Ao não obter resposta, o camerlengo retira o Anulus Piscatoris (“anel do pescador”, um símbolo da autoridade papal, que é destruído ao fim do pontificado) do dedo do papa e sela seu apartamento.
Farrell ainda é responsável por comunicar as autoridades e o público sobre a morte do pontífice e por administrar os bens da Sé Apostólica no tempo de vacância, ou seja, até um novo papa ser eleito.
Atestada da morte, é então decretado um período de nove dias de luto conhecido como Novendiale. Antes da exibição na Basílica de São Pedro para visitação pública, o corpo do papa é abençoado e vestido com vestes papais.
Em 2024, Francisco aprovou mudanças que foram requisitadas por ele mesmo. Agora o óbito passa a ser confirmado na capela privada do papa, não mais em seu quarto. O corpo será colocado em um caixão mais simples, de madeira revestida de zinco. Quando papas anteriores morreram, foram sepultados dentro de um caixão de madeira de cipreste, outro feito de zinco e um terceiro de olmo, encaixados um dentro do outro.
Ao invés de ser colocado num catafalco, uma plataforma alta decorada, o caixão será exposto de forma mais simples. Ele permanecerá aberto até o último dia de visitação pública.
Quando João Paulo II morreu, em 2005, seu corpo pôde ser visitado durante quatro dias na Basílica de São Pedro; com o papa emérito Bento XVI, em 2023 (ele morreu no último dia de 2022), foram três dias.
Quando as mudanças foram anunciadas, o arcebispo Diego Ravelli, mestre de cerimônias litúrgicas papais, declarou à agência Vatican News que Francisco pediu as alterações “para simplificar e adaptar alguns dos ritos para que a celebração do funeral do bispo de Roma expressasse melhor a fé da Igreja em Cristo ressuscitado” e para destacar “que o funeral do Pontífice Romano é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de um homem poderoso deste mundo”.
Na Basílica, serão realizadas orações diárias e Missas de Réquiem. Missas memoriais também serão celebradas no Vaticano por nove dias após o funeral.
Sepultamento
Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme anunciou em 2023, e não nas criptas do Vaticano, onde tradicionalmente os papas são enterrados.
Uma das quatro basílicas maiores localizadas na região de Roma, a igreja custodia o ícone da Virgem Maria Salus Populi Romani (em latim “Salvação do Povo Romano”). Grande devoto desse título mariano, o papa costumava visitar a basílica para rezar diante da imagem antes e depois de viagens internacionais.
Embora estudos indiquem que o ícone seja datado entre os séculos IX e XII, com autoria anônima, a tradição gosta de atribuir sua pintura ao evangelista São Lucas. A imagem teria sido levada a Roma por Santa Helena, mãe de Constantino. Ao longo dos séculos, os papas recorreram ao ícone para pedir proteção contra calamidades, como a peste negra, a cólera e o fim de guerras, assim como o papa Francisco fez durante a pandemia da Covid-19.
“Quero ser enterrado na Santa Maria Maior, o local já está preparado. É minha grande devoção. Minha grande devoção. E antes de ser papa, quando estava em Roma, eu sempre ia lá nas manhãs de domingo, ficava lá por um tempo. Há um vínculo muito grande”, revelou Francisco em 2023, em uma entrevista a uma emissora mexicana.
Na Basílica de Santa Maria Maior, já foram sepultados sete papas: Honório III (que morreu em 1227), Nicolau IV (1292), São Pio V (1572), Sisto V (1590), Clemente VIII (1605), Paulo V (1621) e Clemente IX (1669).
Entre a morte do papa e a escolha de um sucessor, a Igreja entra em um período de transição chamado “Sé Vacante” (“o trono está vazio”), no qual o Colégio dos Cardeais assume a gestão da Igreja, embora decisões importantes sejam adiadas até a escolha de um novo pontífice.
Fonte: Gazeta do Povo
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