Prejuízo às vítimas chega aos R$ 5,8 milhões
Nome até então desconhecido no mercado dedicado a financiar operações do agronegócio, o Banco Agro abriu unidades em Fortaleza (CE), Sorriso (MT) e Luís Eduardo Magalhães (BA) nos últimos dois anos, prometendo empréstimos vantajosos a produtores rurais.
Eram agências reformadas, decoradas com a cor verde característica da empresa e que contavam com equipes de funcionários. As inaugurações, com a presença de autoridades, foram registradas na imprensa dessas cidades.
No site da empresa, há uma lista extensa de produtos que só um banco pode vender: investimentos, empréstimos e financiamentos, compra de sementes, financiamento de veículos e de máquinas, imóveis, energia fotovoltaica, consórcios, seguros, operações de câmbio, entre outros.
“O Banco Agro foi criado para atender o mercado do agronegócio com um pacote de serviços segmentados, oferecendo as melhores taxas do mercado. Com linhas de financiamento e refinanciamento, consórcio de veículos, máquinas agrícolas, placas solares, pretendendo chegar a três milhões de correntistas em apenas um ano”, anuncia a página inicial.
O Banco Agro, no entanto, não existe.
Pelo menos, não como instituição bancária. A empresa não tem autorização do Banco Central para atuar em serviços financeiros, e não demorou para que seus sócios respondessem na Justiça pela acusação de darem um golpe em clientes e investidores.
O presidente da empresa é Ruy Rodrigues Santos Filho. Ele responde a acusações de estelionato, já passou por algumas prisões preventivas e, antes do Banco Agro, participou de outros negócios com promessas milagrosas que, depois, não pararam de pé.
Apenas em processos públicos recentes identificados pelo UOL, o prejuízo que teria sido provocado por Ruy Rodrigues àqueles que se identificam como suas vítimas chega a R$ 5,8 milhões. Há outras investigações, sigilosas ou mais antigas, que tornam essa cifra uma estimativa modesta.
Em 27 de março de 2023, dois empresários de Sorriso — município com a maior produção de soja do país — que investiram na abertura de uma agência do “banco” entraram com um processo pedindo R$ 1 milhão de volta.
Eles relatam, na ação, que os clientes da cidade perceberam que tinham aplicado o dinheiro em contas falsas. Tinham feito transferências para a conta do banco e, depois, usando o login e senha no site, não conseguiam mais sacar os valores que seriam seus.
Os dois investidores — que pediram para não serem identificados — descobriram que os R$ 500 mil cada um que, segundo o Banco Agro, teriam aplicado em um fundo de investimentos, não tinham ido parar em fundo algum.
Fonte: NATÁLIA PORTINARI DO UOL
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"