Por Daniel Trindade, do Portal de Notícias Deixa Que Eu Te Conto
Um estudo conduzido pela Universidade de Brasília (UnB) trouxe à tona uma informação inédita sobre o cenário político brasileiro. Silvio Almeida, recentemente demitido do Ministério dos Direitos Humanos, é o primeiro ministro a deixar o cargo por denúncias de assédio sexual desde a redemocratização em 1985.
A pesquisa, liderada pelo professor Wladimir Gramacho da Faculdade de Comunicação da UnB, analisou quase 14 mil edições da Folha de S.Paulo, cobrindo um período de quase quatro décadas. Durante esse tempo, ministros enfrentaram mais de 500 crises de imagem, mas nenhuma delas havia sido motivada por alegações de natureza sexual até agora.
Almeida foi exonerado em 4 de setembro, após denúncias serem encaminhadas à organização Me Too Brasil. Entre as supostas vítimas, estaria Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial.
O estudo categoriza as crises ministeriais em dois grandes grupos: morais, que incluem casos de corrupção e abuso de poder, e não morais, abrangendo mau desempenho e disputas político-partidárias. A crise envolvendo Almeida inaugura uma nova categoria nessa classificação.
Gramacho atribui essa mudança a uma evolução no contexto social e político brasileiro, com maior atenção às questões de gênero e comportamento no ambiente de trabalho.
O levantamento também revela que, desde 1985, o governo de José Sarney lidera o ranking de crises ministeriais, com 119 ocorrências, seguido pela gestão de Jair Bolsonaro, com 66 casos.
Enquanto crises por motivos sexuais são mais comuns em países como Inglaterra e Estados Unidos, no Brasil, tais episódios raramente ganharam destaque político até o momento.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"