
Foto: EFE/Alessandro Di Meo
Ritual centenário reúne cardeais na Capela Sistina para votação secreta que determinará o próximo líder da Igreja Católica
Por Redação
Após o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica iniciará o Conclave, processo oficial de eleição do novo pontífice. O ritual, cujo nome deriva do latim “cum clave” (com chave), consiste no isolamento de cardeais eleitores na Capela Sistina, onde permanecem em votação secreta até que um novo líder seja escolhido.
Apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar do processo eleitoral. Dos 252 membros do Colégio Cardinalício atual, 138 estão habilitados a votar, sendo que 110 deles foram nomeados pelo próprio Papa Francisco, o que pode influenciar significativamente o perfil do próximo pontífice.
O Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após o falecimento do papa. A escolha do sucessor exige maioria qualificada de dois terços dos votos, um requisito que reforça a necessidade de amplo consenso entre os eleitores, representantes dos cinco continentes.
Desde 1878, a Capela Sistina serve como sede permanente para esta eleição, embora seu primeiro uso para este fim date de 1492. A tradição inclui sinais de fumaça para comunicar o resultado ao mundo: preta quando não há decisão, branca quando um novo papa é escolhido.
Uma solene missa “Pro Eligendo Pontifice” (Pela Eleição do Papa) na Basílica de São Pedro marca o início oficial das cerimônias. Após este momento, o camerlengo – atualmente o cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell – convoca formalmente o Conclave, e os cardeais prestam juramento de seguir as normas estabelecidas.
Ao entrarem na Capela Sistina, os cardeais ouvem a ordem “Extra omnes” (todos para fora), momento em que as portas são fechadas, iniciando o isolamento que só terminará com a eleição do novo pontífice.
O primeiro ato formal é um sorteio para determinar funções específicas: três escrutinadores para contar votos, três revisores para verificar a precisão da contagem e três “infirmariis” (enfermeiros) para coletar votos de cardeais impossibilitados por questões de saúde.
A partir do segundo dia, instaura-se uma rotina de quatro votações diárias – duas pela manhã e duas à tarde. Cada cardeal recebe uma cédula com os dizeres “Eligo in Summum Pontificem” (Elejo como sumo pontífice), onde escreve o nome de seu candidato. O voto em si mesmo é expressamente proibido.
Em um cerimonial meticuloso, cada eleitor caminha até o altar com sua cédula dobrada, depositando-a em uma bandeja de prata. Este material é posteriormente transferido para uma urna oficial para contagem.
Após cada votação, as cédulas são queimadas com aditivos químicos que produzem a fumaça visível para o público que aguarda na Praça de São Pedro.
Se após dois dias não houver consenso, segue-se uma pausa de 24 horas destinada à oração e reflexão. A partir da 34ª votação, apenas os dois candidatos mais votados na rodada anterior permanecem elegíveis, mecanismo que visa acelerar o processo decisório.
Embora tecnicamente qualquer homem batizado católico possa tornar-se papa, na prática a escolha recai sobre um dos cardeais presentes – o último não-cardeal eleito foi Urbano VI em 1378. No Conclave de 2013, Francisco foi escolhido na quinta votação.
Quando finalmente um candidato atinge a maioria necessária, o cardeal protodiácono – atualmente o francês Dominique Mamberti, de 73 anos – pergunta-lhe se aceita o cargo e qual nome deseja adotar como pontífice.
Após aceitar, o eleito dirige-se à chamada “Sala das Lágrimas”, onde veste as tradicionais vestes papais antes de sua primeira aparição pública. O momento culminante ocorre quando o novo papa apresenta-se à multidão, precedido pelo anúncio tradicional: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!” (Anuncio-vos com grande alegria que temos um papa!).
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