Por Daniel Trindade, do Portal de Notícias Deixa Que Eu Te Conto
Em uma carta contundente publicada na revista “BioScience”, um grupo de cientistas destacou preocupações sobre a destruição contínua do Cerrado brasileiro. Eles alertam que a falta de medidas eficazes para proteger este bioma crucial pode resultar em perdas irreversíveis para o agronegócio, especialmente impactando as safras de soja.
Apesar dos avanços na redução do desmatamento na Amazônia desde 2023 sob o governo Lula, o Cerrado tem sido negligenciado, registrando um aumento de 3% no desmatamento no último ano. Enquanto a Amazônia perdeu 9 mil km² de floresta, o Cerrado viu 11 mil km² de sua vegetação desaparecerem, um dado que preocupa os especialistas.
Os cientistas, provenientes de instituições renomadas como a Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, apontam que a aparência menos imponente do Cerrado contribui para sua falta de proteção. Além disso, interesses econômicos pressionam por um relaxamento das restrições ambientais, visando a expansão de pastagens e plantações de soja.
Philip Fearnside, do Inpa, coautor da carta, afirma que a destruição do Cerrado oferece ganhos de curto prazo para grandes produtores, mas representa um risco significativo a longo prazo. Ele alerta que o aquecimento global, exacerbado pela perda do Cerrado, pode comprometer regiões agrícolas vitais como o Matopiba.
Os pesquisadores pressionam o governo brasileiro a adotar medidas imediatas, como a criação de um fundo de proteção e esforços para aumentar a conscientização internacional sobre a importância do Cerrado. Eles acreditam que a pressão global pode influenciar políticas internas e até mesmo levar a restrições de importação de commodities, como a soja, por parte de outros países.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"