“Quem não respeita a memória da própria família jamais terá o respeito da população.”
por Daniel Trindade
O vereador Adenilson Rocha, derrotado como candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, tornou-se o centro de uma polêmica que mistura contradições políticas, busca desenfreada por curtidas nas redes sociais e uma narrativa que muitos apontam como oportunista. Desde a morte de sua irmã em 2018, que ele frequentemente utiliza como argumento para atacar a saúde pública do município, Adenilson tem se dedicado a um discurso combativo. No entanto, as críticas que faz atualmente parecem ter mais relação com seus interesses políticos do que com um compromisso genuíno com a população.
Embora Adenilson Rocha tenha sido aliado de primeira hora do prefeito Roberto Dorner, integrando sua base na Câmara Municipal, sua postura mudou radicalmente durante o período eleitoral e após a derrota eleitoral. Durante o mandato, Adenilson chegou a elogiar a gestão em várias ocasiões, especialmente quando o projeto de construção do Hospital Municipal foi anunciado. Ele afirmava, na época, que essa era uma de suas principais bandeiras e que a iniciativa representava um avanço significativo para a saúde pública de Sinop. Mas, com a obra agora em fase de acabamento e prestes a ser entregue, Adenilson se transformou em um crítico ferrenho, torcendo para que o hospital não seja inaugurado e se valendo do tema para alimentar sua narrativa oposicionista.
O comportamento do vereador tem gerado indignação, especialmente em grupos de WhatsApp e nas redes sociais, onde ele mantém uma postura de constante crítica à gestão de Dorner. Suas falas e postagens, marcadas por ataques inflamados, dão a impressão de que ele está mais interessado em conquistar likes e engajamento do que em propor soluções concretas para os problemas que aponta. Durante sua atuação como vereador, ele frequentou diversas vezes a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), denunciando a precariedade do local em vídeos para as redes sociais, mas nunca apresentou projetos efetivos para resolver os problemas estruturais que a saúde pública enfrenta.
A narrativa de Adenilson fica ainda mais frágil quando se observa sua condição financeira. Empresário bem-sucedido, ele tinha plenas condições de buscar alternativas privadas para garantir a saúde de sua irmã, que faleceu em 2018, mas optou por mantê-la dependente da UPA, mesmo sabendo das limitações da unidade. Essa escolha, agora amplamente questionada, levanta suspeitas sobre a sinceridade de seu discurso. Seria a tragédia familiar um instrumento de autopromoção política?
É importante reconhecer que a população sente e lamenta profundamente a perda da irmã do vereador. A dor de perder um ente querido é imensurável, e todos se solidarizam com esse sofrimento. No entanto, espera-se que Adenilson Rocha também demonstre empatia e respeito pela memória da irmã, permitindo que ela encontre o descanso e a paz, em vez de usá-la como instrumento em momentos políticos. Essa atitude não apenas desrespeita a memória da irmã, mas também abre um questionamento inevitável: se o vereador não consegue respeitar sua própria família, como poderia respeitar a população que ele representa?
O contraste entre seu passado como aliado do governo e sua postura atual como opositor é evidente. Adenilson passou de defensor entusiasmado do Hospital Municipal a alguém que parece torcer para que a obra não seja concluída. Suas críticas, que outrora poderiam ser vistas como legítimas, agora soam como oportunismo político, um esforço para se reposicionar após a derrota nas urnas.
A postura de Adenilson Rocha não apenas enfraquece sua credibilidade política, mas também evidencia uma prática nociva que tem se tornado comum na política local: o uso de tragédias pessoais e ataques constantes para alimentar narrativas nas redes sociais. Enquanto a população de Sinop espera por propostas concretas e ações efetivas, Adenilson parece mais preocupado em manter sua relevância digital do que em cumprir o papel para o qual foi eleito.
A questão que fica é : até quando Sinop tolerará políticos que colocam seus interesses pessoais acima do bem coletivo? Adenilson Rocha, que já foi aliado e defensor do governo, agora se revela como um exemplo de como a política pode ser moldada por conveniências, e não por compromissos reais com a comunidade.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"