por Daniel Trindade
“Quando a abstenção cresce, a democracia enfraquece, o voto é a voz de cada cidadão na construção do futuro do país.”
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma crescente abstenção nas eleições, que se intensificou especialmente após a pandemia. Esse fenômeno atinge diversas cidades e capitais, como Cuiabá, onde, apenas no segundo turno das eleições, mais de 114 mil eleitores não compareceram às urnas. Esse afastamento dos eleitores não é um fato isolado; reflete questões profundas no cenário político e social, evidenciando descontentamento e desconfiança por parte da população.
Os motivos por trás desse aumento na abstenção são complexos. Muitos brasileiros se sentem desiludidos com o cenário político, marcado por escândalos de corrupção, promessas vazias e uma polarização exacerbada, o que tem desgastado a confiança da população nas instituições. Além disso, a pandemia de Covid-19 trouxe novas inseguranças e desafios, impactando também o engajamento eleitoral.
Outro aspecto relevante é a falta de campanhas eficazes de conscientização sobre a importância do voto. Sem uma educação eleitoral sólida e constante, principalmente entre os jovens, o voto é muitas vezes visto como uma obrigação, em vez de uma oportunidade de exercer cidadania e influenciar o futuro do país.
A alta abstenção nas eleições impacta diretamente a representatividade dos eleitos, criando um ciclo de desmotivação e desinteresse, onde cidadãos desamparados se afastam ainda mais do processo político. A ausência nas urnas enfraquece a democracia e põe em xeque a legitimidade das decisões tomadas pelos governantes.
Para enfrentar essa situação, o poder público, a sociedade civil e as instituições democráticas precisam agir em conjunto. Campanhas de educação eleitoral voltadas aos jovens, a acessibilidade do processo de votação, maior transparência na política e o incentivo à participação ativa em questões locais são caminhos para reverter esse quadro. Tecnologias, como aplicativos que ofereçam informações sobre candidatos e propostas, também podem ser uma ferramenta poderosa para combater a desinformação e promover o engajamento.
A abstenção em massa é uma mensagem clara de que a relação entre eleitores e representantes está fragilizada. A participação política é fundamental para fortalecer as instituições e assegurar que os interesses da população sejam refletidos no governo. Neste momento crítico, resgatar o interesse e o compromisso com o processo eleitoral é mais que necessário; é a única maneira de construir um futuro mais inclusivo e participativo para o Brasil.
Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"